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Brasil “O Brasil deveria doar empresas estatais para acelerar a privatização”, diz um professor americano

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A sugestão inusitada é do americano Christopher Lingle, professor de economia conhecido em círculos liberais por sua crítica ácida à regulação de mercado. (Foto: Reprodução/Youtube)

O Brasil precisa rapidamente se desfazer de seu patrimônio público para crescer, e vender estatais como ocorre atualmente não basta. Muito melhor seria doá-las ao público, com base em um sorteio. Algo como uma loteria da privatização.

A sugestão inusitada é do americano Christopher Lingle, de 70 anos, professor de economia conhecido em círculos liberais por sua crítica ácida à regulação de mercado. Presidentes de Bancos Centrais são um alvo preferencial do professor, que os acusa de terem criado uma monstruosa bolha de débito estimada em US$ 15 trilhões prestes a estourar, com consequências catastróficas. “Se eu tiver sorte, estarei morto antes que isso ocorra”, afirmou.

Lingle é especialista em mercados asiáticos e ficou conhecido em 1997 ao escrever “A Ascensão e Declínio do Século Asiático”, em que alertava para os riscos do modelo de economias do continente baseadas em exportação. Meses depois, com o início da crise asiática, suas palavras foram consideradas proféticas.

Também é um crítico dos sistemas que misturam liberalismo econômico e autoritarismo político. Em 1991, teve de sair às pressas de Cingapura, onde morava, por criticar o modelo vigente no país em um artigo, pois corria o risco de ser preso.

Doutor em Economia pela Universidade da Georgia (EUA) e colaborador de diversas entidades e institutos liberais na Ásia e América Latina, ele veio ao Brasil a convite do Centro de Liberdade Econômica da Universidade Mackenzie.

Como está a economia global e quais os riscos de entrarmos em uma recessão em breve?

“A economia global está na situação mais perigosa da história, sobretudo por causa de políticas monetárias ruins, que criaram excesso de liquidez e crédito artificialmente barato. Isso encorajou a criação de uma bolha global de dívida. No momento, há mais de US$ 15 trilhões de títulos públicos que estão pagando juros negativos. Isso é assustador. Vai contra a lógica, vai contra a natureza humana, vai contra qualquer entendimento sensato da economia. Mas os presidentes de Bancos Centrais fingem que vivem em outro mundo. Não veem os perigos, os problemas, apenas os sinais temporários e artificiais de atividade econômica. Tudo isso vai se desfazer em algum momento. Se eu tiver sorte, estarei morto antes que ocorra”.

Quando e como isso pode ocorrer?

“Prever o timing é virtualmente impossível. Minha expectativa é que talvez em dez anos as pessoas olhem para trás e digam: é surpreendente que algo tão pequeno tenha sido o gatilho. Pode ser o problema em Hong Kong, que detone uma saída maciça de capital, com pessoas tentando se desfazer de ativos financeiros, gerando pânico. Isso pode acontecer amanhã, ou nos próximos anos”.

O que pode ser feito para evitar esse cenário?

“Infelizmente, o problema está dentro do atual modelo. É inevitável. As políticas monetárias não convencionais começaram nos anos 90 no Banco do Japão, com baixas taxas de juros e débito em excesso. A dívida pública japonesa hoje é gigantesca”.

Como o sr. vê esse início de governo Bolsonaro?

“Muitos de meus amigos brasileiros o apoiam. Quero ser otimista. Mas otimismo sobre líderes políticos é algo perigoso”.

O sr. defende que melhor do que privatizar empresas seria doá-las. Poderia explicar melhor?

“Privatização faz sentido porque ativa capital morto. O problema com o Estado tentar vender ativos públicos é que está sempre esperando os melhores preços, porque acredita que o aspecto importante é receita. Mas na verdade o benefício da privatização é a transferência de propriedade pública para privada. O jeito mais rápido de fazer isso e melhor é doar”.

Como isso ocorreria na prática?

“Poderia ser feito por meio de uma loteria. Faz um sorteio na TV, e alguém fica com o palácio presidencial, por exemplo”.

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