Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 1 de janeiro de 2018
A economia brasileira pode crescer entre 2% e 3% em 2018, prevê a Pimco, maior gestora de fundos de bônus do mundo, com US$ 1,7 trilhão em ativos. Apesar da melhora em relação a 2017, quando deve avançar 0,7%, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil deve seguir crescendo menos que a média dos países emergentes, com avanço esperado de 5,25% a 5,75% neste ano.
O ambiente na economia mundial de crescimento sincronizado e acima da tendência nos principais países deve prosseguir em 2018, avaliam os estrategistas da Pimco, Joachim Fels e Andrew Balls, em relatório. A economia mundial deve ter expansão entre 3% a 3,5% em 2018, puxada pelos mercados emergentes. O PIB dos países desenvolvidos deve avançar entre 1,75% e 2,25%.
Os economistas da Pimco ressaltam que o PIB de alguns países teve desempenho melhor que o previsto em 2017, o que ajuda a melhorar a expectativa para o ano que vem. Além disso, os fundamentos macroeconômicos têm melhorado nos emergentes.
A prévia da inflação oficial – medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15) – fechou 2017 em 2,94%. O percentual foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Essa é a menor taxa acumulada pelo IPCA-15 no fim de um ano, desde 1998, quando a inflação foi de 1,66%.
A prévia da inflação de dezembro ficou em 0,35%, um pouco acima da prévia de novembro (0,32%) e do número de dezembro de 2016 (0,19%). Entre os principais responsáveis pelo aumento de preços medido pelo IPCA-15 no ano, estão os gastos com habitação (que cresceram 6,96%), saúde e cuidados pessoais (6,68%) e habitação (6,15%).
Os alimentos e bebidas acumulam deflação (queda de preços) de 2,15% e os artigos de residência, deflação de 1,51%. Em dezembro, o principal impacto veio do segmento de transportes, que teve uma inflação de 1,16% na prévia do mês, devido a altas na gasolina (2,75%), passagens aéreas (22,34%) e etanol (4,34%).
Os alimentos continuaram registrando deflação (0,02%), mas a queda de preços foi a menos intensa dos últimos seis meses. Entre os alimentos que tiveram deflação na prévia de dezembro estão: feijão-carioca (-5,02%), batata-inglesa (-3,75%), tomate (-2,88%), frutas (-1,4%) e carnes industrializadas (-1,29%).
Orçamento e meta fiscal
Apesar da perspectiva positiva de crescimento, a demora na recuperação econômica acarretou dificuldades na administração do Orçamento em 2017, chegando a comprometer o funcionamento de serviços públicos. No fim de março, a equipe econômica indicou que faltavam R$ 58,2 bilhões para cumprir a meta de déficit primário (resultado negativo sem o pagamento dos juros da dívida pública) de R$ 139 bilhões. Uma semana mais tarde, o governo anunciou o corte de R$ 42,1 bilhões de despesas discricionárias (não obrigatórias). Em julho, o bloqueio foi ampliado para R$ 44,9 bilhões.
Depois de constatar a incapacidade de cumprimento da meta fiscal, em meados de agosto, a equipe econômica aumentou tributos, especialmente o PIS/Cofins dos combustíveis e elevou para R$ 159 bilhões a meta de déficit primário para 2018 do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central). A partir daí, a recuperação da economia, a alta de impostos e algumas receitas extraordinárias melhoraram o caixa do governo.