A notificação por HIV ocorre quando o indivíduo tem o vírus, mas não desenvolveu a Aids. O Ministério faz uma diferenciação entre esses dois dados:o HIV é notificado no momento do resultado do teste, se positivo. A Aids é notificada se o indivíduo aparece no hospital com alguma doença oportunista (como câncer ou infecções) ou com a imunidade muito baixa; se, durante o tratamento dessas doenças, o paciente faz o teste de HIV e ele dá positivo, o caso é notificado como Aids
Assim, quando considerado o número de casos de pessoas notificadas com Aids, houve redução de 5% em 2016, em relação a 2015, embora a queda não seja consistente em todos os grupos etários e a tendência seja de aumento entre os mais jovens.
Nos homens, o número de casos cresceu entre jovens de até 29 anos, mas caiu na população de 30 a 59 anos. Nas mulheres, a Aids cresce entre aquelas que têm 15 e 19 anos de idade, mas apresenta queda entre 20 e 59 anos, para voltar a crescer entre as com mais de 60 anos.
“O aumento entre jovens homens gays é uma tendência. No caso das mulheres acima de 60 anos, muitas chegam ao hospital em uma fase tardia da doença, com a imunidade muito baixa”, diz Suleiman.
“Provavelmente foram infectadas anos antes, quando tinham uma vida sexual mais ativa”, continua o infectologista.
O Ministério da Saúde também registra mudança no perfil da epidemia nos últimos dez anos. Hoje, há tendência de queda nos casos de Aids entre mulheres e aumento entre os homens.
Em 2016, foram 22 casos de Aids em homens para cada 10 casos em mulheres. Antes desse período, o órgão registrava uma tendência de aumento entre elas.
Mortalidade tem queda e casos entre crianças aumentam
O número de casos de HIV aumentou ligeiramente entre crianças menores de 5 anos, após uma tendência de queda nos últimos dez anos.
Em 2015, de cada 100 mil crianças, 2,3 nasciam com HIV. Em 2016, o número aumentou um pouco e passou para 2,4. Entre 2006 e 2016, entretanto, foi registrada queda de 34,5%.
A taxa geral de mortalidade apresentou uma ligeira queda esse ano: de 5,3% em 2015, para 5,2% em 2016.
“Onde está o nosso problema? As pessoas testam, sabem que têm [HIV], e não vão se tratar”, disse o ministro Ricardo Barros.
“Temos que identificar estes casos para convencer as pessoas, dar apoio para as pessoas que fazem o teste, para que façam o tratamento e se assumam como portadores”, afirmou.