Sexta-feira, 28 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2018
O Brasil tem 7,913 milhões de pessoas que vivem em situação de pobreza, segundo dados do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). A população brasileira nessa situação ficou praticamente estável em relação aos números informados no ano passado (7,978 milhões).
O número — que equivale a cerca de 3,8% da população do País — abrange indivíduos que, além de não terem renda, vivem sem acesso à educação ou saúde ou condições de vida consideradas decentes (com água, luz e saneamento, por exemplo). Os dados do Brasil foram divulgados com duas semanas de atraso em relação ao resto do mundo. Segundo o Pnud, havia erros nas informações do país que só agora foram corrigidos.
Para as Nações Unidas, a pobreza deve ser medida não apenas de acordo com a renda, mas com as privações que os indivíduos enfrentam para ter qualidade de vida. Por isso, a instituição divulga desde 2010 o chamado Índice de Pobreza Multidimensional.
Por ele, é classificado como pobre qualquer indivíduo privado de pelo menos três de um total de 10 indicadores considerados importantes para se ter qualidade de vida: nutrição, baixa mortalidade infantil, anos de escolaridade, crianças matriculadas em escolas, energia para cozinhar, saneamento, água, eletricidade, moradia digna e renda. E quanto maior o número de indicadores, mais grave é a situação.
O total de pessoas pobres no Brasil é influenciado principalmente devido à privação no acesso à saúde, padrão de vida e educação, nesta ordem.
Cerca de 1,9 milhão de pessoas (0,9% da população) estão em situação de pobreza grave — com privação em pelo menos 5 dos 10 indicadores).
Além disso, mais de 12,8 milhões de pessoas (6,2% do total da população) se encontram numa situação vulnerável e próxima a pobreza multidimensional.
Mudanças climáticas
Um relatório divulgado nesta segunda-feira (8) pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, órgão das Nações Unidas para o assunto), em Incheon, na Coreia do Sul, mostra que ainda é possível minimizar a catástrofe climática, mas mudanças “rápidas” e “sem precedentes” são necessárias para atingir este objetivo. O documento de 400 páginas, elaborado pelos maiores especialistas do mundo, pede transformações radicais no modo como vivemos, desde as fontes energéticas que utilizamos aos alimentos que consumimos, para limitar o aquecimento do planeta em 1,5 grau Celsius em relação ao período pré-industrial.
Os cientistas alertam que o aquecimento acima deste patamar trará consequências profundas para a saúde e o bem-estar da Humanidade, e colocará ecossistemas e a biodiversidade em risco. Para evitar esse cenário, as emissões humanas de dióxido de carbono terão que cair 45% até 2030, em relação aos níveis de 2010, e zerar até 2050. E isso só será possível com mudanças no estilo de vida das pessoas e o desenvolvimento de tecnologias capazes de remover CO2 da atmosfera.