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Ciência O cientista chinês que disse ter editado genes de bebês é mantido em um quarto sob custódia

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He Jiankui, o pesquisador chinês que anunciou a edição genética de gêmeos. (Foto: Reprodução)

He Jiankui, o pesquisador chinês que anunciou a edição genética de gêmeos, está preso em apartamento em Shenzhen, na China. As informações são do jornal americano The New York Times, que divulgou uma foto do cientista na sacada de um prédio universitário no final de dezembro. Segundo o jornal, ele está sob a guarda de “uma dúzia de homens não identificados”.

He estava desaparecido desde o final de novembro. Ele havia sido visto pela última vez quando se pronunciou em evento científico em Hong Kong.

Na época, a imprensa local levantou a suspeita de que o pesquisador estivesse em prisão domiciliar. A Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul, local onde o pesquisador trabalhava, negou as alegações.

Pesquisa polêmica

A pesquisa de He foi anunciada em 26 de novembro e causou uma resposta negativa por parte da comunidade científica internacional.

O pesquisador chinês disse que editou os genes de gêmeos, que nasceram com resistência à infecção por HIV. O estudo não foi publicado em revistas científicas. Os nomes dos envolvidos – mãe, bebês, pesquisadores que participaram – não foram divulgados.

He diz que modificou os genes dos bebês com a ajuda do Crispr, técnica de edição genética que é alvo de fortes debates éticos pelo mundo.

O Crispr surgiu há seis anos e, desde então, revistas científicas e órgãos internacionais debatem até onde podemos mexer no código genético humano. A técnica de edição é simples e barata, e o que pode fazer, segundo a “Science”, uma revolução.

Os cientistas descobriram como “recortar” uma parte do DNA com a ajuda de uma enzima no sistema de defesa das bactérias. Os pesquisadores usam a Cas9 junto com um RNA “guia” para mudar a parte que é de interesse no DNA.

Protestos

O anúncio do chinês que teria editado o DNA de bebês causou protestos de cientistas ao redor do mundo. Segundo especialistas, ele feriu a ética, as leis, a segurança, e tem consequências imprevisíveis.

“No momento em que a gente tiver certeza que o Crispr só atua naquele gene, então ótimo – então vamos usar o Crispr e evitar os genes que estão criando problema. O problema é que você, quando está editando um gene, pode estar alterando outros genes aleatoriamente e não ter o controle disso. A gente ainda não chegou nesse ponto ainda – estamos caminhando, mas ainda não chegamos lá”, afirmou a geneticista Mayana Zatz, diretora do Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano, da USP.

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