Sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de março de 2019
O câncer de pulmão é silencioso e geralmente apresenta os primeiros sintomas quando a doença já está avançada – alguns sinais são tosse persistente, escarro com sangue, rouquidão, falta de ar, perda de peso e de apetite, pneumonia recorrente ou bronquite e cansaço.
“O mais comum deles, chamado de não pequenas células, corresponde a 85% das incidências”, diz Fernando Santini, médico titular do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Para tornar o diagnóstico mais preciso e aumentar a sobrevida dos pacientes, os especialistas têm à disposição novas estratégias que permitem abordagem da doença de forma cada vez mais individualizada.
Imunoterapia
Tratamento com medicamentos na veia que estimula o sistema de defesa do organismo a agir contra as células cancerosas de uma maneira mais eficaz e pode ou não ser combinado a outras terapias (como quimioterapia e radioterapia). Com ele, o índice de sobrevida mediana passou de oito para trinta meses e, quando a imunoterapia é associada à quimioterapia em casos de câncer de pulmão de não pequenas células,o número de sobreviventes cresceu em 20%.
Outro ponto positivo dessa abordagem é em relação às reações ao medicamento. Na imunoterapia, são mais comuns relatos de cansaço, vermelhidão na pele e desenvolvimento de doenças autoimunes enquanto a quimioterapia geralmente é marcada pela queda de cabelo, náusea e enjoo fortes.
Rastreamento de baixa dosagem
A tomografia computadorizada com rastreamento de baixa dosagem é capaz de descobrir nódulos bem pequenos, que podem se transformar em tumores malignos.
Apesar de não existir no Brasil políticas que incentivem o rastreamento do câncer de pulmão (como acontece com o de mama e de próstata), a recomendação é que o grupo de risco – pessoas entre 50 e 70 anos que apresentam carga tabágica (exposição ao tabagismo) maior ou igual a 30 maços ano (para calcular, multiplique o número de maços por dia pelos anos que fumou) – é realizar o exame anualmente.
Números
É o câncer mais letal no mundo e no Brasil, matando cerca de 26 mil pessoas por ano. Os grupos e subtipos da doença mais comuns são: 1 – Não pequenas células: corresponde a 85% dos casos e se divide em adenocarcinoma e carcinoma escamoso e 2 – Pequenas células: corresponde a 15% das ocorrências. Pacientes de ambos os grupos podem se beneficiar com a imunoterapia.
Oito em cada dez pessoas com câncer de pulmão apresentam diagnóstico avançado – a imunoterapia é indicada nesses casos, mas há estudos para testar a eficácia do tratamento em fases iniciais.
A relação entre o câncer de pulmão e o cigarro é íntima: 90% dos casos diagnosticados carregam em sua origem o hábito de fumar.
No Brasil, cerca de 12% dos homens e 8% das mulheres são fumantes – condição que eleva em 20 vezes o risco de desenvolver a doença. O cigarro é a principal causa de morte devido a câncer no mundo e no País. O Brasil ocupa a 8ª posição no ranking global em número absoluto de fumantes.
Os especialistas são unânimes em afirmar que o mais indicado para evitar o aparecimento da doença é manter-se longe do tabagismo. “Se o cigarro não existisse, o câncer de pulmão seria raro”, afirmou Pedro de Marchi, oncologista do Hospital de Amor, em Barretos (SP).