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Brasil O Conselho do Ministério Público abriu uma reclamação contra o procurador-da República Deltan Dallagnol por dar palestra a uma empresa citada na Operação Lava-Jato

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Procurador cobrou R$ 33 mil para participar de evento de companhia mencionada em delação. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O corregedor do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), Orlando Rochadel, abriu na sexta-feira (2) reclamação disciplinar para apurar a ocorrência de encontros reservados remunerados do coordenador da Operação Lava-Jato, procurador Deltan Dallagnol, com empresários.

Baseado em mensagens e documentos obtidos pelo The Intercept Brasil e analisados em conjunto com a Folha de S.Paulo, que publicou o caso no último dia 26, o corregedor decidiu instaurar o procedimento.

Segundo as mensagens, o procurador fez uma palestra remunerada no valor de R$ 33 mil para uma empresa que havia sido citada em um acordo de delação em caso de corrupção na própria força-tarefa da Lava-Jato.

Além de participar do evento remunerado da companhia, em março de 2018, Deltan aproximou membros da Procuradoria e representantes da Neoway com o objetivo de viabilizar o uso de produtos dela em um trabalho da força-tarefa, da qual é coordenador em Curitiba.

De acordo com as mensagens, o procurador também gravou um vídeo para a firma no qual enaltece a utilização de ferramentas tecnológicas em investigações. Todos esses pontos serão analisados pela Corregedoria.

O plenário do CNMP decidirá pela abertura ou não do processo disciplinar.

No momento, trata-se de uma apuração preliminar que serve para que o corregedor solicite informações e instrua o caso. A partir dessas informações, poderá arquivar o caso se não vir elementos ou apresentar ao Conselho um voto pela abertura de processo disciplinar, se vir elementos de irregularidades.

Procurado pela Folha na ocasião, Deltan disse que, antes de dar palestra remunerada para a empresa Neoway, não teve conhecimento de que a companhia já havia sido citada na Lava-Jato.

Colegas

Subprocuradores da República avaliam que, com a série de reveses impostos à Lava-Jato e a Deltan Dallagnol na última quinta-feira (1º), uma ala do Supremo emitiu um sinal claro aos órgãos de controle do Ministério Público Federal de que, para ela, a situação do coordenador da força-tarefa de Curitiba se tornou insustentável.

Integrantes da cúpula da PGR dizem que, se pudessem dar um conselho a Deltan, seria o de se afastar voluntariamente por um tempo, saindo inclusive do país, para retornar depois.

Esses membros do MPF acreditam que não há mais chance de o procurador escapar de punição no Conselho Nacional do Ministério Público – que já fala em afastá-lo cautelarmente das funções.

Procuradores próximos do grupo de Dallagnol dizem que um afastamento voluntário soaria como confissão de culpa ou admissão de que as mensagens obtidas pelo The Intercept são verdadeiras – gesto que estaria fora do radar da força-tarefa.

 

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