Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de abril de 2017
O Conselho Nacional de Justiça promete melhorar, ainda este ano, o Cadastro Nacional de Adoção e, com isso, resolver os problemas que atrasam os processos em todo o Brasil.
O desespero de uma gravidez indesejada, de um lado, e pela espera de uma criança, de outro, são tão grandes que as pessoas chegam a se arriscar colocando suas histórias e seus pedidos na internet. É só a gente olhar um pouquinho, procurar, que encontra oferta de crianças e pedidos de adoção.
Para tentar acelerar os processos legais, é muito comum que a Justiça dê a guarda provisória aos adotantes enquanto toca o processo de destituição da família natural.
Raquel e Wilson acharam que seria assim com eles também. Moram em São Paulo, mas foram chamados por uma Vara de Minas Gerais que procurava uma família para uma menina negra, de 9 anos, que, mudando para São Paulo, poderia ter contato com um irmão já adotado por uma outra família paulistana.
Processos ainda de papel, fora dos sistemas eletrônicos, falta de funcionários e de prioridade para a infância. Apesar das carências, o Conselho Nacional de Justiça promete melhorar o Cadastro Nacional de Adoção ainda em 2017.
“Para que esse sistema toda noite, por exemplo, rode automaticamente e faça um batimento de dados, toda noite e já elenque automaticamente quais seriam os pretendentes possíveis para a criança que está no cadastro. E aí iria no dia seguinte um e-mail para o juiz dizendo: Olha, existe, por exemplo, cinco pretendentes para essa criança”, explica a Juíza Auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, Sandra Silvestre de Frias Torres.
Também é preciso fazer uma força tarefa para atualizar as listas de adoções.
“Existe pelo menos o indicativo de que mais de 50% dos estados não alimentam ou alimentam de forma indevida os cadastros. Então, os dados que nós temos hoje são dados pelo menos questionáveis”, disse a juíza.