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Por Redação O Sul | 11 de maio de 2020
Com a pandemia de coronavírus em curso, uma dúvida que costuma surgir é se os alimentos podem ser contaminados durante o preparo ou por pessoas que entraram em contato com produtos expostos, como frutas e legumes em um supermercado.
A resposta, de acordo com a Agência Europeia de Segurança Alimentar (AESA), é que até o momento “não há evidência de que alimentos sejam uma fonte ou rota de transmissão” do covid-19.
Em um comunicado, Marta Hugas, cientista-chefe da AESA, disse que também não houve contaminação por alimentos em epidemias causadas por vírus semelhantes, como as gripes aviária e suína. A agência disse que está acompanhando a situação de perto e divulgará novas informações caso haja risco de contaminação por meio da comida.
Segundo o Centro Europeu para Controle e Prevenção de Doenças, o vírus é transmitido de pessoa para pessoa, por meio de gotículas emitidas após alguém tossir, espirrar ou respirar.
Apesar de comida não ser fonte de contaminação do coronavírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pede para que carnes malpassadas sejam evitadas e que outros alimentos sejam muito bem cozidos antes de serem servidos, além de recomendar a higienização correta das mãos e das áreas de trabalho.
Como evitar a contaminação dos alimentos
A equipe do FoRC elencou medidas simples que podem ajudar a manter o Sars-CoV-2 longe da cozinha e da comida. Higienizar as mãos antes de comer ou manusear qualquer alimento é fundamental. E mais dois pontos sobre a limpeza do ambiente:
Bancadas, pias, louças e demais utensílios devem estar sempre limpos e secos, sem resíduos de alimentos
Geladeiras, freezers, fornos, fogão e demais eletrodomésticos precisam ser higienizados com regularidade, com água, sabão e sanitizantes ou água sanitária. O mesmo vale para as paredes, chão e teto.
Esses procedimentos evitam a presença das bactérias e vírus indesejáveis na cozinha, inclusive o coronavírus. Eles também reduzem o risco de contaminação cruzada, ou seja, a transferência de um agente infeccioso de alimentos ou superfícies contaminados para alimentos não contaminados.
As informações sobre o tempo de persistência do Sars-CoV-2 em diferentes materiais que podem estar na cozinha são controversas. Alguns estudos científicos com outros tipos de coronavírus indicam sua permanência em metal, plástico e vidro por até nove dias, enquanto outras pesquisas apontam tempos menores: 24 horas em papelão e três dias em metal ou plástico.
De qualquer jeito, esses vírus são inativados em cerca de um minuto pelo contato com álcool etílico 62-71%, água oxigenada 0,5% ou hipoclorito de sódio 0,1%. Isso significa que uma boa higiene afasta qualquer risco de infecção.
Para alimentos que serão consumidos crus, como os vegetais folhosos, a recomendação do FoRC é remover as folhas externas ou danificadas, separar as folhas uma a uma, lavá-las com água tratada abundante e deixá-las em imersão, por 15 minutos, em uma solução de água sanitária (uma colher de sopa diluída em um litro de água), lavando-as depois com água tratada corrente novamente.
Para vegetais não folhosos e frutas, mesmo as que serão ingeridas sem a casca, o procedimento deve ser o mesmo. Os produtos comerciais à base de cloro para desinfecção de vegetais são eficientes. Só não use água sanitária que contenha outras substâncias na sua composição, porque elas podem ser tóxicas para o organismo humano. E um recado: “O vinagre para fins culinários não tem efeito sanitizante”, esclarece o grupo.
O cozimento e a fritura, quando feitos corretamente, eliminam uma eventual presença do vírus. No entanto, é preciso evitar uma nova contaminação após o aquecimento, principalmente se o alimento não for aquecido novamente antes de ser consumido. É importante também não deixar itens cozidos em contato com outros crus. Isso para evitar a contaminação cruzada.
O consumo de refeições entregues em domicílio, retiradas em balcões de atendimento ou por drive-thru requer cuidados extras. Recomenda-se optar por empresas de confiança e fazer a encomenda diretamente, por telefone ou aplicativos, evitando a interferência de intermediários desconhecidos.