Sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de setembro de 2020
O Departamento de Justiça (DoJ, na sigla em inglês) dos Estados Unidos planeja abrir um processo antitruste contra o Google ainda neste mês, informou uma reportagem do The New York Times na quinta-feira (3). O DoJ abriu um inquérito contra a Alphabet, dona do Google, em junho do ano passado. De acordo com a reportagem, o procurador-geral William Barr está avançando com o caso, apesar das objeções dos advogados do Departamento de Justiça, que querem mais tempo para preparar o caso.
Uma coalizão de 50 Estados e territórios apoia a ação antitruste contra o Google. Não é de hoje que a Alphabet vem sendo alvo de discussões de concorrência desleal. Além do buscador do Google, a empresa é dona de serviços como YouTube, Google Maps, e de um pacote de produtos de publicidade online.
Sundar Pichai, presidente executivo do Google, chegou a participar em julho de uma audiência no Congresso dos Estados Unidos sobre concorrência desleal, ao lado dos presidentes de Amazon, Apple e Facebook.
Em resposta ao The New York Times, Jose Castaneda, porta-voz do Google, disse que a empresa iria “continuar a colaborar com investigações em andamento” e que suas práticas de negócios possibilitaram “maior escolha e competição”.
“Enquanto continuamos a nos envolver com as investigações em andamento, nosso foco está firmemente no fornecimento de serviços gratuitos que ajudam as pessoas todos os dias, reduzem os custos para as pequenas empresas e permitem maior escolha e competição”, disse o porta-voz Jose Castaneda.
A ação contra o Google também envolve questões políticas. De acordo com o jornal americano, advogados também temem que o procurador-geral William Barr esteja apressando o caso para receber o crédito pela ação contra uma poderosa empresa de tecnologia ainda sob a administração Trump – o que seria interessante para o atual presidente dos EUA na disputa das eleições, já que o poder das gigantes de tecnologia é um problema que tem atraído bastante holofotes. Barr, por sua vez, considera que o órgão está sendo lento no andamento do processo.
O departamento está se concentrando em alegações de que o Google viola a lei antitruste ao favorecer seus próprios negócios, por exemplo o YouTube, em resultados de pesquisas em vez de apresentar resultados neutros, disseram duas fontes familiarizadas com a investigação.
Uma investigação da Federal Trade Commission (FTC) que incluía essa alegação e foi encerrada em 2013 não encontrou nenhuma justificativa para tomar medidas a respeito.
Desde então, a União Europeia multou o Google em 2,6 bilhões de dólares por favorecer seu próprio serviço de comparação de preços em relação aos rivais europeus menores.
Executivos do setor de publicidade alegaram que o Google abusa de seu domínio da área ao exigir que as empresas que desejam usar a popular ferramenta de anúncios do Google também usem o Google Ad Manager para veicular tais anúncios. Isso prejudicou várias empresas de tecnologia de publicidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da agência de notícias Reuters.