Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de junho de 2018
O deputado federal João Rodrigues (PSB- SC) reassumiu o mandato na Câmara dos Deputados na segunda-feira (11) após ficar mais de 120 dias preso. Em sua primeira entrevista após o período no Centro de Detenção Provisória no Complexo da Papuda, em Brasília, o parlamentar disse que não pretende renunciar e que foi “injustiçado”.
“Meu nome não consta no processo da PF (Polícia Federal). As assinaturas não são minhas. O processo não gerou dano ao erário. Não faz sentido eu estar preso”, disse Rodrigues. O parlamentar foi condenado pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) a cinco anos e três meses de reclusão em regime semiaberto por fraude e dispensa irregular de licitação.
Comissões
O crime é referente ao período em que exercia o cargo de prefeito interino de Pinhalzinho, em Santa Catarina. João Rodrigues disse também que já solicitou que seu nome seja retirado de todas as comissões, inclusive a comissão que prepara o novo CPP (Código de Processo Penal).
“No momento não tenho legitimidade para nenhuma comissão, mas quando for absolvido voltarei, principalmente, para a do Código de Processo Penal.” Rodrigues afirmou que sua experiência na cadeia vai ajudar a formular o novo código. “Lá de dentro, pude perceber que existe uma indústria de bandidos. O sistema não está recuperando ninguém. Temos que trabalhar isso” avaliou.
Supremo Tribunal Federal
A decisão que autorizou a retomada do trabalho do deputado saiu na quinta-feira (7). O ministro relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, decidiu que Rodrigues estava cumprindo uma pena mais gravosa do que a que foi fixada em sua sentença, que era de regime semiaberto, e determinou que fosse posta uma pena compatível.
Deputado quer provar sua inocência
Com a decisão, o deputado está autorizado a trabalhar na Câmara durante o dia, retornando à noite para a Papuda. Rodrigues informou que pretende contratar um motorista particular para buscá-lo na Papuda por volta das 7h da manhã e leva-lo de volta às 20h. O parlamentar afirmou ainda que seu advogado vai alinhar com os ministros do Supremo Tribunal Federal sobre os dias de sessão na câmara, para que ele possa ficar até o término da sessão. Questionado sobre tentar reeleição, Rodrigues garantiu que primeiro pretende provar sua inocência.
Regime fechado
Durante o período em regime fechado, o parlamentar afirmou que chegou a dividir a cela com o ex-ministro José Dirceu, o ex-senador Luiz Estevão e com os deputados Paulo Maluf (PP-SP), que atualmente está em prisão domiciliar, e Celso Jacob (MDB-RJ), que na última quinta-feira (7) teve o direito de cumprir a sua pena em regime aberto, aceito pelo Juiz do Distrito Federal Fernando Messere.