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Brasil O diagnóstico de câncer ainda é tardio para os pacientes do SUS: 60% dos pacientes são tratados já em estágio avançado, mais caros e difíceis de curar

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Lei dos 60 dias deveria garantir atendimento mais ágil. (Foto: Divulgação)

Um tratamento que deveria começar imediatamente, mas é marcado para três meses depois e a cinco horas de distância da casa de uma paciente, que suava à noite, tinha febre, dores constantes de cabeça e, a cada dia, perdia mais peso. Considerado inicialmente como anemia, o diagnóstico de câncer neste caso levou um ano e noventa dias, o primeiro prazo para chegar até o especialista no SUS e o segundo para realização dos exames e os resultados serem analisados. Neste meio tempo, o nódulo que ocupava apenas a axila, se espalhou por garganta, tórax e estômago, e a paciente foi parar no estágio quatro, considerado avançado pelos médicos.

Essa espera mostra que a demora entre a suspeita inicial e a chegada a um diagnóstico é o principal gargalo para obter o tratamento adequado no serviço público de saúde em todo o país.

Em vigor desde 2014, a chamada Lei dos Sessenta Dias determina que todos os pacientes com câncer devem ser tratados na rede pública até dois meses após o diagnóstico. No entanto, quatro em cada dez casos esperam mais do que o prazo legal para receber atendimento, de acordo com dados do Siscan (Sistema de Informação do Câncer) do Ministério da Saúde.

Na época foi divulgado que o software criado pelo ministério seria disponibilizado para auxiliar estados e municípios, que são os gestores dos serviços oncológicos da rede pública, a gerenciar sua fila de espera e acelerar o atendimento. O Sistema de Informação do Câncer fica disponível gratuitamente para as secretarias de saúde e reune o histórico dos pacientes e do tratamento, possibilitando acompanhar o panorama da doença.

“A lei pressupõe que o paciente consegue chegar imediatamente a um hospital especializado em câncer, mas, antes disso, alguns passam por mais de oito consultas”, diz Merula Steagall, presidente da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia).

No Estado de São Paulo, o prazo de 60 dias costuma ser respeitado, diz Paulo Hoff, diretor do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), que atende 10% dos casos de câncer do SUS estadual. “Somos referência, exceção no Brasil. Mas, às vezes, ficamos sobrecarregados porque pacientes de Estados vizinhos vêm procurar tratamento aqui”, explica. “É desumano uma pessoa viajar por horas para achar um hospital que a atenda.”

Para apressar o diagnóstico, uma nova lei está em tramitação na Câmara dos Deputados, estipulando que todas as consultas e exames em casos suspeitos de câncer sejam realizado em até 30 dias.

Minas Gerais foi o primeiro Estado a criar legislação. A regulamentação é aguardada para os próximos meses. O Estado terá de criar 12 novos centros especializados em diagnóstico oncológico.

O tratamento de um câncer de intestino no SUS, em seu estágio inicial, custa cerca de R$ 4 mil. Nas fases críticas, o valor chega a R$ 76 mil.

“No câncer, o tempo corre contra. Em casos de leucemia, por exemplo, é preciso internar o paciente em poucos dias, mas monitoramos demora de até cinco ou seis meses” diz Luciana Holtz, do Instituto Oncoguia. (Folhapress)

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