Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de julho de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Os gaúchos não precisarão esperar até dezembro de 2020 para acompanhar, no Sul do Chile, o novo desaparecimento do sol à luz do dia.
O Rio Grande do Sul vive um eclipse há muito tempo. O Estado rico fica oculto diante do governo pobre. Terras férteis nos tornaram grandes produtores de alimentos. Temos vocação para o trabalho e mão de obra qualificada formada por universidades credenciadas. Algumas de nossas cidades lideram o ranking nacional de qualidade de vida. A lista vai longe.
Outro lado
Em contraste com a riqueza humana e da natureza, temos um governo pobre, incapaz de pagar as dívidas em dia. Não é culpa do atual, que precisa e não consegue descascar o abacaxi. Por muitos e muitos anos, o setor público gastou muito mais dinheiro do que arrecadou. O preço está sendo pago agora.
Perguntas
Existe alguma chance de o eclipse desaparecer? O Rio Grande do Sul rico vai sucumbir ao governo pobre e endividado? Existe saída para a situação antagônica?
Chega de timidez
Está na hora de a população que paga impostos e sustenta o setor público sentar-se na mesa com o governo. Será o ponto de partida para buscar alternativas e soluções. Se esse caminho não for trilhado, chegará o dia em que o Estado rico vai empobrecer, cansado, exaurido, esgotado por sustentar governos quebrados.
Já é tradição
A sessão plenária da Assembleia Legislativa, ontem à tarde, seguiu o script costumeiro sem tirar ou pôr uma vírgula: mesmo sabendo que seriam derrotados, deputados da oposição se revezaram na tribuna, atacando os projetos de privatização e fazendo provocações. Alguns dos integrantes do bloco governista revidaram.
Surpresa
Na tribuna, o deputado Edson Pretto, do PT, elogiou os colegas Sebastião Melo, do MDB, e Fábio Ostermann, do Novo, por cobrarem do governo mais clareza na destinação do dinheiro que será obtido com a venda da CEEE, da Sulgás e da CRM.
Sobre as votações
1) Para tirar a CEEE da grave crise, o governo do Estado precisaria aportar mais de 2 bilhões e 500 milhões de reais. Dinheiro que não tem. Privatizar foi a saída.
2) A expansão da Sulgás, para atender mais regiões, também demandaria o ingresso de recursos. O Estado e a Petrobras, que é sócia, voam baixo.
3) Quanto à Companhia Riograndense de Mineração, houve equívoco. A venda deve ter sido conclusão de alguma consultoria de fora do Estado. A reserva de carvão, a maior do País, sequer está dimensionada na totalidade. Conseguir sócio seria a melhor alternativa e não vender.
Em cima da hora
Faltavam cinco minutos para o juiz Roddy Zambrano apitar o início de Brasil X Argentina, quando caiu o quorum no plenário e a sessão foi suspensa.
Não pode parar
Se pelo menos uma vez por mês a sessão plenária debater questões vitais do Estado, a Assembleia justificará sua missão. Não há necessidade de ser apenas durante o encaminhamento e votação de projetos.
À espera de respostas
Os debates mais contínuos na Assembleia se tornariam a oportunidade de responder a muitas perguntas:
1) Como se justifica a inexistência de recursos próprios para investimentos no orçamento do Estado? 2) O endividamento com novos empréstimos deve continuar aumentando? 3) Quando a população terá acesso a informações dos processos que deram origem aos precatórios? Quem falhou? 4) Mais o segredo sobre as isenções de tributos: o que há por trás?
Habilitação
Esta coluna tem insistido sobre a necessidade de criação de escolas de gestão pública em todo o país. Quando governantes precisam de auxílio para decisões, faltam profissionais capacitados para enfrentar a complexidade e os desafios do planejamento, da execução orçamentária, além do controle das ações, dos programas e dos projetos.
O caminho passa a ser a contratação de consultorias a peso de ouro.
Coisas nossas, muito nossas
O debate sobre a reforma da Previdência segue sem a inclusão de números para comprovar teses contrárias e favoráveis.
Jogando dinheiro fora
As obras públicas abandonadas demonstram: não há nada tão inútil quanto começar com o corte de fitas o que não será concluído.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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