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Por Redação O Sul | 24 de maio de 2017
Tadeu Filippelli, ex-assessor especial do presidente Michel Temer, preso nesta terça-feira, teria reclamado do atraso no pagamento de propina decorrente de desvio de recursos na reforma do estádio Mané Garrincha, o mais caro da Copa do Mundo de 2014, com custo superior a 1,5 bilhão de reais. A Operação Panatenaico da Polícia Federal apura a suspeita de desvios de até 900 milhões de reais na obra.
O relato é de um ex-executivo da Andrade Gutierrez em depoimento no âmbito do acordo de leniência, a delação premiada da empresa. Conforme Carlos José de Souza, ex-executivo da construtora, a cobrança foi realizada na residência de Filippelli entre 2012 e 2013, quando o peemedebista era vice-governador do Distrito Federal.
“Que sobre Tadeu Filippelli, então vice-governador do Distrito Federal, respondeu que o acerto de pagamento de propina em razão do estádio Mané Garrincha foi pago pela construtora por meio de doações de campanha ao PMDB. Que, contudo, foi chamado por Filippelli à sua residência oficial, tendo recebido reclamação do nominado em face da ausência de pagamento da propina acertada no montante de um por cento. Nessa ocasião, Filippelli informou que teria acertado com o pagamento da propina, conforme acordado e que a Andrade Gutierrez deveria depois resolver essa questão junto à Via Engenharia”, relatou Souza, de acordo com o extrato de seu depoimento.
A obra foi realizada em um consórcio entre a Andrade Gutierrez e a Via Engenharia. Segundo os delatores, após a posse de Agnelo Queiroz (PT) como governador e Tadeu Filippelli como vice, ficou acertado um repasse de propina de 4% de recursos desviados das obras, sendo 3% para o PT e 1% para o PMDB. De acordo com o relato, Filippelli recebeu recursos tanto por doações feitas ao PMDB quanto por meio de um intermediário, o ex-secretário Afrânio Roberto de Souza Filho.