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Brasil O ex-deputado Eduardo Cunha e o doleiro Lúcio Funaro eram parceiros de sucesso na cobrança de propinas, mas hoje disputam quem fechará primeiro um acordo de delação premiada com a Operação Lava-Jato

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Cunha (E) e Funaro prometem revelar fatos contra Michel Temer. (Foto: Reprodução)

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o doleiro Lúcio Funaro, seu operador financeiro, mantinham uma notória relação de simbiose. A missão do parlamentar era galgar degraus na hierarquia do poder, obter prestígio e conquistar o direito de indicar afilhados para cargos na administração. Funaro era encarregado de azeitar a engrenagem de cobrança de propina de empresários interessados em recursos públicos. Durante quase duas décadas, a parceria foi um sucesso: ambos embolsaram dinheiro sujo desviado de fontes diversas, da Caixa Econômica Federal à Petrobras.

Foi assim até a Operação Lava-Jato. Presos desde o ano passado, chefe e operador se distanciaram e, agora, duelam pelo direito de fechar um acordo de colaboração premiada. Nas negociações com a PGR (Procuradoria-Geral da República), os dois prometem revelações parecidas, como acusar o presidente Michel Temer de comandar a coleta de propina feita por peemedebistas.

Até por isso, os procuradores trabalham com a perspectiva de selar acordo com apenas um deles, e não com os dois. Nessa corrida, o doleiro ocupa posição de vantagem. “Funaro já está com a cabeça de delator, enquanto Cunha apresentou temas interessantes, mas insuficientes para o avanço das investigações”, afirma um integrante da Lava-Jato.

Antes de ser preso, Funaro dizia que ele e Cunha eram capazes de derrubar Temer “em cinco minutos”. O operador trabalhou para a JBS/Friboi, cujos donos declararam ter repassado milhões de reais em propina a caciques do PMDB — dentre eles, pessoas da confiança de Temer.

Ele também é considerado peça-chave na investigação que tenta descobrir a identidade dos beneficiários finais dos 10 milhões de reais dados pela Odebrecht a peemedebistas, a pedido do presidente da República. Na última semana, ao deixar uma audiência, o doleiro fez pressão pelo fechamento da delação ao afirmar que ainda tem o que entregar sobre o chefe do Executivo.

Em entrevista à imprensa em março, Funaro relatou ter se reunido pessoalmente com o presidente, que nega conhecê-lo. Com a delação, essa história poderá ser esclarecida. Funaro também demonstra disposição para fulminar outros figurões do PMDB, como o ex­-ministro Geddel Vieira Lima e o ministro Moreira Franco (Secretaria Especial da Presidência da República).

Na semana passada, Geddel, que chefiava a Secretaria de Governo de Temer, foi denunciado pela PGR por atuar nos bastidores para tentar impedir a delação do doleiro. Diante do avanço das tratativas com Funaro, investigadores resolveram emparedar Cunha, declarando suspensa a negociação de seu acordo.

Corrida

Para recuperar terreno, o ex-presidente da Câmara apresentou novos capítulos sobre esquemas de corrupção e ofereceu-se para se reunir com os procuradores e relatar de viva voz as revelações que pretende fazer. O que o prejudica é sua fama de mentiroso contumaz.

Nos últimos anos, Cunha atuou como arrecadador informal do PMDB. Ele disse ter obtido doações da empreiteira para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo e a de Henrique Alves, atualmente preso, ao governo do Rio Grande do Norte. Ambas tinham como padrinho político Michel Temer.

Cunha e Funaro agora correm contra o tempo. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não quer encerrar seu mandato (em setembro), sem antes denunciar Temer por obstrução da Justiça e organização criminosa.

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