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Brasil Aécio Neves está isolado dentro do seu próprio partido: Geraldo Alckmin, José Serra e Fernando Henrique Cardoso rejeitam suas ideias

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Tucano foi o segundo colocado nas últimas eleições presidenciais (Foto: Joel Rodrigues/Folhapress)

Passados seis meses desde a quarta derrota consecutiva para o PT em eleições presidenciais, as fissuras internas no PSDB estão cada vez mais evidentes e expõem um isolamento do senador mineiro Aécio Neves, presidente nacional do partido e candidato derrotado por Dilma Rousseff no pleito de 2014.

As decisões do parlamentar têm desagradado a tucanos célebres, motivando manifestações contrárias principalmente em São Paulo, reduto histórico do PSDB. O governador Geraldo Alckmin não tem escondido sua insatisfação com algumas opiniões de Aécio, divergência que também expõe uma disputa pelo controle político da legenda e pela definição de quem será candidato ao Palácio do Planalto em 2018.

Em recente debate sobre a reforma política, Aécio afirmou que as reeleições fazem mal ao Brasil. A posição foi criticada por Alckmin, pois contraria uma bandeira que já contou com aval do PSDB: em 1997, o então presidente Fernando Henrique Cardoso liderou esforços para aprovação do texto que permitiu a possibilidade de eleitos a cargos executivos concorrerem por mais uma vez.

“Acho que ainda é cedo para chegar a essa conclusão”, rebateu o governador, duas vezes reeleito em sua carreira política. Em 2014, ele venceu no primeiro turno e saiu fortalecido, pois São Paulo foi palco da vitória com maior margem do PSDB sobre a presidenta petista Dilma Rousseff. “Nós somos muito mudancistas, é um tal de mudar Constituição todo dia.”

O apoio de parlamentares tucanos ao fim da reeleição também não conta com o apoio de FHC. “Eu continuo favorável a essa possibilidade e não acredito que o tempo de experiência tenha sido suficiente para invalidá-la”, avaliou. “Mas entendo e respeito as opiniões divergentes dentro do partido.”

Líder do governo FHC na Câmara dos Deputados, Arnaldo Madeira é outro que se insurgiu contra Aécio. Na semana passada, disse estar assistindo ao PSDB assumir posições contraditórias com a sua própria trajetória. “Como você explica que apoiou a reeleição há dezoito anos e, agora, sem que o assunto estivesse na ordem do dia, você acaba com ela?”, questionou o ex-parlamentar.

Aécio também foi voz solitária na defesa do impeachment de Dilma. Embalado pelas manifestações populares que tomaram as ruas do País em março e abril, e que acabaram lhe cobrando uma posição pela saída da presidenta, o tucano se animou com a possibilidade de um processo com esse objetivo, mas viu a hipótese ser rejeitada publicamente por FHC, Alckmin e pelo senador José Serra (SP).

Após queda de braço com integrantes da bancada na Câmara, a cúpula do PSDB optou, a contragosto de parte dos deputados do partido, por unificar o discurso, em torno de um pedido de ação penal contra Dilma, por causa das chamadas pedaladas fiscais, em vez dos pedidos mais incisivos de afastamento da presidenta.

Outro tópico que dividiu o partido no primeiro semestre de 2015 foram as discussões em torno do projeto da terceirização, que atinge principalmente os setores sindicalizados. Na discussão do texto que ampliou a terceirização para atividade-fim, os tucanos não conseguiram votar de forma coesa. Dos 43 deputados presentes na votação, dez foram contrários à orientação para que aprovassem o documento.

Embora a maioria tucana tenha se posicionado a favor, dias depois, durante evento em comemoração ao Primeiro de Maio, promovido pela Força Sindical em São Paulo, Aécio defendeu a necessidade de aprimoramento, pelo Senado, da matéria votada pela Câmara. “Vamos propor um limite para que as empresas possam terceirizar algumas das suas atividades. O Senado deve aprimorar o projeto votado na Câmara”, declarou o tucano.

Coerência

Após queda de braço entre integrantes da bancada na Câmara e a cúpula do partido, optou-se, a contragosto de parte dos deputados, por um pedido de ação penal contra Dilma por causa das chamadas pedaladas fiscais.

Em meio às dificuldades para impor a sua agenda política mesmo diante de um governo federal enfraquecido pela crise política e econômica, em julho o PSDB vai renovar sua executiva nacional. Aécio deve ser mantido na presidência do partido e a cúpula contará com o reforço da ala paulista.

Indagado sobre uma possível falta de unidade entre os membros da legenda que o conduziu ao Palácio do Planalto por duas vezes (1994 e 1998), FHC argumentou que, na comparação com outras siglas, há maior cobrança sobre os tucanos, no que se refere à coerência. “Provavelmente, isso acontece porque o PSDB não tem um dono e, desde a sua fundação, vem contando com quadros de projeção nacional.” (Marcello Campos com agências)

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