Terça-feira, 05 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 6 de março de 2020
Na noite dessa sexta-feira, o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e seu irmão-empresário Roberto de Assis Moreira voltaram a ser detidos em Assunción, capital do Paraguai. A dupla, que é investigada por usar passaportes adulterados, já se preparava para voltar ao Brasil mas, devido a uma ordem da Procuradoria-Geral, deve passar as próximas horas em uma cela da polícia, mediante prisão preventiva.
A medida deve ser julgada neste sábado. O MP (Ministério Público) local pediu a prisão de ambos por uso de documento público de conteúdo falso, motivo que levou as autoridades da capital a os deterem na noite de quarta-feira. Em um primeiro momento, a Promotoria havia decidido não acusar formalmente os brasileiros, pois Ronaldinho e Assis “reconheceram o erro”.
Mas na tarde dessa sexta-feira o juiz Mirko Valinotti rejeitou a recomendação e ordenou que o caso continuasse sob investigação das autoridades do país. Agora, o Ministério Público terá até dez dias para apresentar à Justiça um novo pedido: ou os promotores continuam com a solicitação de liberar Ronaldinho e o irmão do caso ou os dois serão formalmente denunciados.
Entenda
Ronaldinho Gaúcho e Assis são investigados pelas autoridades do Paraguai desde quarta-feira por entrarem no país com passaportes e carteiras de identidade paraguaias adulteradas. Os dois confirmaram que receberam os documentos, mas o MP local entendeu que ambos “foram enganados em sua boa fé”.
Um empresário brasileiro identificado como Wilmondes Sousa Lira foi preso acusado de ter fornecido os documentos a Ronaldinho e ao irmão. Além dele, as titulares dos passaportes originais (duas mulheres paraguaias) também foram detidas.
Nessa sexta-feira, o juiz Valinotti decidiu pela prisão de Sousa Lira em um presídio paraguaio — conforme o jornal local “ABC Color”, o magistrado considerou que há perigo de fuga. Já as duas mulheres detidas ficarão em prisão domiciliar.
Conforme o promotor paraguaio Federico Delfino, existia um processo de naturalização no Paraguai aberto para Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis Moreira, em um procedimento que tramitava à revelia da dupla.
Ainda segundo Delfino, o esquema também envolve um funcionário público paraguaio, que teria apresentado uma série de documentos à Direção de Migração do Paraguai para naturalizar os dois irmãos.
Ao envolver órgãos oficiais paraguaios, o caso se ampliou no país. Na quinta-feira, o diretor geral da Direção de Migrações, Alexis Penayo, pediu demissão do cargo e criticou o Ministério do Interior pela demora na resolução do caso envolvendo Ronaldinho Gaúcho.