Brasil O ex-ministro Antônio Palocci viajou de carro de São Paulo a Curitiba para prestar depoimento à Polícia Federal
Por Redação O Sul | 22 de fevereiro de 2019
O ex-ministro Antônio Palocci prestou depoimento à PF (Polícia Federal) do Paraná nessa sexta-feira. Ele foi ouvido pelo delegado Filipe Pace, em oitiva que fez parte de investigações abertas a partir da delação que fechou no âmbito da Operação Lava-Jato.
Para chegar à capital paranaense, o titular da Fazenda e da Casa Civil nos governos petistas deixou São Paulo (onde mora) de carro na véspera – o motivo para a opção pelo transporte rodoviário não foi informado pela sua defesa. O seu retorno à capital paulista está previsto para este sábado.
O principal tema do depoimento foi a parte do termo de colaboração premiada em que ele trata de ilícitos da Petrobras e da criação da empresa Sete Brasil.
Condenado na Lava-Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, ele estava preso em regime fechado desde a deflagração da 35ª fase da força-tarefa, em setembro de 2016. Em novembro do ano passado ele deixou a Superintendência da PF em Curitiba, onde estava preso.
O acordo de delação foi firmado com a PF no final de abril de 2018 e homologado pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), sediado em Porto Alegre. Palocci cumpre prisão domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica.
No termo de delação, o ex-ministro se comprometeu a pagar R$ 37,5 milhões em indenização por danos administrativos, penais, cíveis e fiscais alusivos aos atos que praticou.
Acusações a Lula e Dilma
Em outubro de 2018, às vésperas da eleição, o então juiz federal Sérgio Moro retirou o sigilo de parte do acordo de delação do ex-ministro. Com isso, foi tornado público o termo em que Palocci acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter usado o pré-sal para obter dinheiro para campanhas do PT.
Ele também apontou o dedo para as duas campanhas de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto (2010 e 2015) custaram R$ 1,4 bilhão, mais do que foi declarado à Justiça Eleitoral.
Em janeiro deste ano, em outro termo anexado a um inquérito, o ex-ministro relatou entregas de dinheiro em espécie de propina paga pela empreiteira Odebrecht ao ex-presidente petista. Em uma declaração complementar, ele também garantiu que Dilma “deu corda” para a Lava-Jato implicar Lula.
No fim de janeiro, em mais um termo da delação, Palocci disse que determinou que o Grupo Schahin usasse dinheiro de propina para patrocinar um filme sobre o então presidente, coproduzido por uma empresa que tinha como sócio o jornalista Roberto D’Avila, do canal GloboNews.
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