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Brasil O ex-presidente Lula afirmou que não cometeu crime e que está com a consciência tranquila

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Lula participou de ato em Porto Alegre na véspera do julgamento. (Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas)

Vestido com uma camiseta vermelha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (24), que seus julgadores estão com a consciência “menos tranquila” do que a dele. “A única decisão que espero hoje é 3 a 0 pela minha absolvição”, afirmou Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), no momento em que o voto do relator do processo, João Pedro Gebran Neto, já tomava outra direção. “Eles só podem dizer que o Moro errou”, completou o petista, em uma referência ao juiz Sérgio Moro, que o condenou a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Antes, a portas fechadas, Lula disse aos amigos, em uma sala reservada do sindicato, que irá até o fim para ser candidato à Presidência, independentemente do resultado do julgamento desta quarta no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, em Porto Alegre. “Comecei aqui e aqui vou recomeçar”, afirmou o ex-presidente aos amigos.

Em um auditório lotado, com capacidade para 1.500 pessoas, Lula fez um discurso de confronto e disse que “criaram muitas mentiras” sobre ele e a ex-presidente Dilma Rousseff. “A única coisa que tenho certeza é de que só no dia em que eu morrer vou parar de lutar”, bradou ele, aplaudido pela plateia de militantes do PT e integrantes de movimentos sociais, como o MST.

Ao insistir na retórica da “perseguição política”, o ex-presidente disse que, nos governos do PT, as conquistas do povo mais humilde “incomodaram” as elites. “O que acontece comigo é pouco perto do que aconteceu com milhares de desempregados. Pobre nesse País aparece apenas nas estatísticas. Quem começou a colocar o dedo na ferida fomos nós. Por conta disso, resolveram que o PT estava demais”, afirmou Lula. Sobraram, ainda, provocações na direção das privatizações do governo de Michel Temer. “Querem acabar com os bancos públicos para o governo não fazer política de Estado. Estão vendendo o nosso corpo, rifando a Petrobras, o BNDES e a Caixa.”

Alvo da Lava-Jato e chamado de “guerreiro do povo brasileiro” pelos militantes, Lula criticou a reforma trabalhista e a proposta do governo para mudar as regras da Previdência, marcada para ser votada no dia 19 de fevereiro. “Eles não querem mexer no salário do juiz. Só querem mexer no salário do trabalhador”, disse o petista.

“Vota em mim?”

Lula chegou ao sindicato pouco depois das 10 horas para acompanhar em um telão o julgamento do TRF-4, que pode torná-lo inelegível. Demonstrou tranquilidade e até pediu votos para a disputa ao Palácio do Planalto. “Você vota em mim, Devanir?”, perguntou Lula ao ex-deputado Devanir Ribeiro, que foi diretor do sindicato na época em que ele comandava a entidade. Um coro do jingle “Lula lá”, que marcou as campanhas do petista, foi improvisado pela turma, muitos de cabelos brancos. “A gente está meio velho, cansado e até um pouco desafinado, mas continua confiante”, afirmou Devanir. “Estamos juntos”, respondeu o ex-presidente.

Na sala reservada em que Lula acompanha o julgamento, no segundo andar do sindicato, estão antigos companheiros de jornada. Os militantes se concentram no auditório em que ele discursou, um andar acima, coberto de paredes com fotos de assembleias de metalúrgicos. “Quem abandona a luta não poderá nunca saborear o gosto de uma vitória”, diz uma das inscrições sobre uma imagem de época.

Lula escolheu o sindicato que presidiu de 1975 a 1981 pelo simbolismo. Foi ali que iniciou sua trajetória política e comandou as principais greves de metalúrgicos nos anos 1980, desafiando o regime militar. “Éramos um bando de desaforados”, disse Lula, quando já ocupava o Palácio do Planalto.

Prisão

Em 1980, Lula foi preso durante 31 dias e enquadrado na Lei de Segurança Nacional pelo regime militar. Ao sair, a primeira coisa que fez foi soltar um passarinho da gaiola. No mesmo ano, fundou o PT. Em depoimento à Comissão da Verdade, após já ter deixado a Presidência da República, Lula disse que os militares cometeram uma “burrice” ao prendê-lo. “O que aconteceu depois que eles me prenderam? Foi uma motivação a mais para a greve continuar. Depois, foi aquele 1.° de Maio histórico”, lembrou. Em 1981, o petista foi condenado pela Justiça Militar a três anos e seis meses de prisão. Não chegou, porém, a ir para a cadeia. Recorreu em liberdade e, em maio de 1982, o processo foi anulado pelo Superior Tribunal Militar.

“Nós sempre fomos e vamos novamente até as últimas consequências com Lula”, disse o presidente do PT paulista, Luiz Marinho. “Se ele for mesmo condenado, em algum momento esse processo também será nulo porque, além de não haver prova, não há crime”, completou Marinho, que é pré-candidato do PT ao governo de São Paulo. Nos bastidores, o PT trabalha com a perspectiva de condenação, mas avalia agora que, 38 anos depois, a história pode se repetir.

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