Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de março de 2019
O ex-presidente da República Michel Temer foi preso em uma avenida movimentada da região do Alto de Pinheiros, em São Paulo, na manhã desta quinta-feira (21), por agentes da PF (Polícia Federal). Alvo da Operação Lava-Jato, ele foi capturado minutos depois de ter saído da sua casa em um carro particular dirigido por seu motorista.
Dois veículos descaracterizados da PF seguiram o carro do ex-presidente, que foi preso a poucas quadras da sua casa. Temer estava no banco de trás do veículo. Segundo as imagens obtidas pela Globonews, um dos policiais federais assumiu o volante do carro de Temer. Outro agente sentou-se ao lado do ex-presidente.
Um policial federal que participou da ação carregava uma arma de cano longo enquanto os colegas discutiam a operação, segundo as imagens. O trânsito na avenida não foi interrompido. Temer seguiu de lá direto para o aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, dentro do seu próprio carro, escoltado pelas viaturas oficiais. Ele embarcou em um avião para o Rio. Temer chegou à superintendência da Polícia Federal na capital fluminense por volta das 18h30 desta quinta-feira.
O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, ordenou a prisão do ex-presidente e de outras nove pessoas nesta quinta-feira, entre elas o ex-ministro Moreira Franco e o coronel reformado da Polícia Militar e amigo de Temer João Baptista Lima Filho – o coronel Lima.
“As investigações apontam que a organização criminosa praticou diversos crimes envolvendo variados órgãos públicos e empresas estatais, tendo sido prometido, pago ou desviado para o grupo mais de R$ 1,8 bilhão”, afirmou o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro em nota sobre as prisões.
Os investigadores apontam uma organização criminosa que atuou na construção da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro, “praticando crimes de cartel, corrupção ativa e passiva, lavagem de capitais e fraudes à licitação”.
Na tarde desta quinta-feira, em entrevista a jornalistas, os procuradores que pediram a prisão de Temer usaram palavras duras ao tratar do ex-presidente. “Não é pelo fato de se tratar de um homem branco e rico que devemos ser lenientes com os crimes que ele praticou dentro do Palácio do Jaburu [residência oficial dos vice-presidentes, que Temer continuou usando depois de chegar à Presidência]”, disse o procurador Eduardo El Hage. Temer “ocupava o cargo mais alto da República e cometeu os crimes mais baixos”, destacou Hage.