Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2020
O Facebook anunciou que vai suspender por tempo indeterminado todos os anúncios que envolvem questões políticas e sociais após as eleições presidenciais nos Estados Unidos. A medida visa a combater potenciais confusões e abusos relacionados à eleição a partir do momento que as urnas se fecharem, em 3 de novembro.
A política, divulgada na quarta-feira (7), se soma a um anúncio do presidente e fundador da empresa, Mark Zuckerberg, no mês passado de que o Facebook vai barrar novos anúncios políticos na semana que antecede o dia da eleição e sinalizar quaisquer postagens que indiquem prematuramente vitória de algum dos candidatos. No anúncio de quarta-feira, a empresa também disse que adicionaria restrições a postagens sobre pesquisas eleitorais que utilizem linguagem militarizada ou sugiram um objetivo de intimidar eleitores.
Antes, o Facebook tinha dito que não esperava fazer mudanças adicionais em suas políticas eleitorais. Mas a tensão aumentou nas últimas semanas, com o presidente Trump se recusando a dizer que aceitará o resultado da votação caso perca, e ambos os partidos prometendo inscrever um número recorde de voluntários para monitorar locais de votação. “Esta parece ser uma eleição única”, disse Guy Rosen, chefe da divisão de Integridade do Facebook.
Teoria da conspiração
O Facebook classificou na terça-feira (6) o movimento da teoria da conspiração QAnon como perigoso e começou a remover grupos e páginas do movimento na rede social, bem como contas do Instagram que se apresentam como representantes dele.
A medida amplia uma determinação de agosto que proibiu um terço dos grupos QAnon por promover violência, permitindo que a maioria permanecesse, embora com conteúdo menos frequente nos feeds de notícias.
Em vez de depender de relatos de usuários, a equipe do Facebook agora tratará o QAnon como outros órgãos militarizados, procurando e excluindo grupos e páginas, disse a empresa.
Desde as restrições de agosto, alguns grupos QAnon adicionaram membros e outros usaram linguagem codificada para evitar a detecção. Enquanto isso, adeptos trabalhavam para se integrar em outros grupos, como aqueles preocupados com a segurança de crianças e aqueles críticos de medidas contra aglomerações devido ao coronavírus, de acordo com pesquisadores do Facebook e de outros lugares.
“Embora tenhamos removido conteúdo do QAnon que celebra e apoia a violência, temos visto outros conteúdos do QAnon vinculados a diferentes formas de danos no mundo real, incluindo alegações recentes de que incêndios florestais na costa oeste foram iniciados por certos grupos”, escreveu o Facebook.
“As mensagens do QAnon mudam muito rapidamente e vemos redes de apoiadores construir um público com uma mensagem e, em seguida, mudar rapidamente para outra.”
Postagens recentes do QAnon espalharam informações falsas sobre a eleição e sobre a Covid-19, disseram os pesquisadores, até mesmo alegando que o presidente dos EUA, Donald Trump, falsificou seu diagnóstico de Covid-19 para orquestrar prisões secretas.
Classificado como uma potencial fonte de terrorismo doméstico pelo FBI, o QAnon é impulsionado por uma fonte anônima na internet apelidada de Q, que afirma ser um integrante do governo Trump. A teoria central, sem fundamento, é de que Trump está secretamente liderando uma repressão contra uma enorme rede de pedófilos que inclui importantes democratas e a elite de Hollywood. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, da rede Dow Jones Newswires e da agência de notícias Reuters.