Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de abril de 2018
O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, disse na semana passada que a rede social vai exigir a confirmação de identidade e localização dos anunciantes que veicularem propagandas políticas.
Trata-se de uma nova medida para remediar o dano à imagem do Facebook provocado pelo escândalo envolvendo o vazamento de dados de usuários pela consultoria de marketing político Cambridge Analytica, que pode ter afetado 87 milhões de pessoas.
Ele disse que uma das prioridades do Facebook é “garantir o discurso positivo e impedir a interferência nas eleições”, lembrando que países importantes como Brasil, EUA, México, Índia e Paquistão terá eleições em 2018.
Zuckerberg anunciou as seguintes mudanças para aprimorar o Facebook antes das eleições:
Verificação de anunciantes políticos
Todos os anunciantes terão de confirmar identidade e localização, do contrário serão proibidos de anunciar na plataforma.
Identificação de anunciantes
Eles terão que se identificar como anunciantes (e não usuários comuns) e mostrar quem pagou pelo anúncio.
Nova ferramenta de transparência
Sistema mostrará todos os anúncios políticos que uma página executa e também criará um arquivo de anúncios políticos.
Verificação de grandes contas
Segundo o Facebook, “isso tornará muito mais difícil para as pessoas executarem páginas usando contas falsas ou para crescerem viralmente e disseminarem informações erradas ou conteúdo polêmico dessa maneira.
O Facebook disse que contratará “milhares de pessoas” para fazer as verificações. “Estamos comprometidos em fazer isso a tempo para os meses críticos antes das eleições de 2018”, disse Zuckerberg. O anúncio sobre a forma como a rede social vai lidar com os anunciantes daqui para frente ocorre dias após a empresa repaginar sua política de uso de dados e de seus termos de serviço.
Interferência russa
Segundo o presidente do Facebook, a mudança ocorre após a rede social identificar o uso de contas falsas russas para tentar interferir na eleição americana de 2016. Zuckerberg disse que o Facebook aprimorou seus sistema após esse episódio e usou ferramentas de inteligência artificial para identificar e remover “dezenas de milhares” de contas falsas durante as eleições do Senado da França, Alemanha e do estado do Alabama, nos Estados Unidos.
Apesar do esforço para inibir o uso político do Facebook por contas falsas, Zuckerberg diz que o problema é “maior do que qualquer plataforma” e que essas medidas “não vão parar todas as pessoas que tentam jogar com o sistema”. “Mas elas tornarão muito mais difícil para qualquer um fazer o que os russos fizeram durante a eleição de 2016 e usar contas e páginas falsas para veicular anúncios”, afirmou.