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Cultura O filme que definiu o thriller erótico nos anos 90 e acabou matando o gênero

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Os primeiros sinais do gênero começaram a ser sentidos na década de 1980, quando o sexo e a violência no cinema estavam se amalgamando em todos os tipos de novas posições picantes.

Foto: Divulgação
Os primeiros sinais do gênero começaram a ser sentidos na década de 1980, quando o sexo e a violência no cinema estavam se amalgamando em todos os tipos de novas posições picantes. (Foto: Divulgação)

Quase 30 anos atrás, foi lançado um filme de suspense sobre uma serial killer e um detetive da polícia.

As críticas foram mais ou menos (“muita fala, lento e pouco original”, escreveu Stephen Hunter no jornal Baltimore Sun), seu protagonista, Michael Douglas, já havia interpretado papéis semelhantes antes, e o principal ponto de discussão foi a cruzada de pernas de sua colega de elenco.

Pode parecer indecente, mas Instinto Selvagem passou a ser um dos maiores sucessos da década (logo à frente de 007 contra GoldenEye e A Bela e a Fera), e hoje é mais conhecido do que nunca – tanto por motivos positivos quanto negativos.

Uma versão restaurada deluxe em 4K está sendo lançada, mas Sharon Stone tem manifestado como se sentiu usada na infame cena e sua insatisfação com o relançamento – que classificou como “a versão XXX do diretor”, embora o Studio Canal tenha informado que o filme restaurado é, na verdade, o mesmo que foi lançado na Europa em 1992 e não contém nenhum material que não tenha estado nas edições anteriores em DVD.

O que seus defensores e detratores podem concordar é que Instinto Selvagem se destaca de todos os outros suspenses eróticos da década de 1990.

Por mais notáveis que Obsessão Fatal e Mulher Solteira Procura possam ter sido, eles não vão ter relançamentos de prestígio agora, tampouco suas estrelas seguem ganhando as manchetes escrevendo sobre o que aconteceu nos bastidores das filmagens.

O crítico e escritor Matthew Turner é apresentador de Fatal Attractions, podcast dedicado ao gênero suspense erótico, e ele classifica Instinto Selvagem como o melhor e mais importante dos 76 filmes que o podcast analisou até agora. “É o sine qua non do gênero”, diz ele.

“Sem Instinto Selvagem, não haveria como o suspense erótico ser tão grande quanto foi na década de 1990, e de maneira alguma estaríamos falando sobre isso agora.”

Os primeiros sinais do gênero começaram a ser sentidos na década de 1980, quando o sexo e a violência no cinema estavam se amalgamando em todos os tipos de novas posições picantes.

O público que quisesse uma trama de mistério para acompanhar sua excitação socialmente aceitável poderia ver Dublê de Corpo, Vítimas de uma Paixão, Atração Fatal (coestrelado por Douglas) e outras histórias tórridas de assediadores, chantagistas e assassinos com belos cabelos.

Essencialmente, eram reminiscências dos filmes noir que vinham com a atraente perspectiva de que os atores podiam tirar a roupa. Mas eles ainda não eram conhecidos como suspenses eróticos. Foi Instinto Selvagem que definiu e popularizou o gênero.

Por outro lado, pode-se dizer que Instinto Selvagem também ajudou a matar o gênero. Levou todos os aspectos do suspense erótico a extremos tão absurdos que não sobrou nenhum caminho para qualquer filme da mesma linha seguir.

Um dos responsáveis ?? foi Joe Eszterhas, que já havia escrito um suspense protoerótico, O Fio da Suspeita, em 1985.

Eszterhas era um ex-jornalista durão que chegou o mais perto que qualquer roteirista jamais chegou de ser uma estrela do rock.

Seus roteiros foram vendidos por cifras recordes e, como ele se gabou em seu livro de memórias de 2004, Hollywood Animal, ele “foi o único roteirista na história de Hollywood que teve groupies”.

É quase impensável hoje, quando a grande maioria dos sucessos de bilheteria é baseada em livros, histórias em quadrinhos e programas de TV, mas Eszterhas recebeu uma fortuna por roteiros resumidos da história.

Um dia, conforme relata em Hollywood Animal, ele “achou que seria divertido fazer um filme sobre um homem sendo manipulado por uma mulher que é brilhante, omnissexual e diabólica” – e o roteiro que ele bateu em 13 dias foi comprado em 1990 pela Carolco, um estúdio independente, por US$ 4 milhões.

Ele chamou a história originalmente de “Love Hurts”, mas antes de enviar para seu agente, sabiamente mudou o título para algo mais forte: Instinto Selvagem.

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