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Por Redação O Sul | 23 de fevereiro de 2018
O general Richard Fernandez Nunes será o secretário de Segurança do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada, na noite de quinta-feira (22). O interventor, o general Braga Netto, escolheu o general Mauro Sinott como seu auxiliar. Braga Netto vai cuidar da gestão, da estratégia e o general Sinott do operacional.
Os nomes para ocupar as chefias das polícias Civil e Militar ainda não foram definidos. A ideia é que os novos chefes sejam integrantes das duas corporações e não militares das Forças Armadas. A nomeação do general para a secretaria de Segurança do RJ leva de volta para a pasta um militar das Forças Armadas. Isso não acontecia desde o general José Siqueira da Silva, secretário nos primeiros 95 dias da administração Anthony Garotinho, em 1999.
Carioca, o general Richard Nunes comandou por três meses, entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015, a ocupação do Exército no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Richard Nunes é bacharel em Direito e passou por vários comandos no Exército. Atualmente, exercia o comando da ECEME (Escola de Comando e Estado-Maior do Exército).
Na quinta-feira, seu nome surgiu como um dos cotados para assumir o cargo de secretário de Segurança do RJ em substituição ao delegado federal Roberto Sá. O general Richard Nunes se reuniu com o interventor, o general Walter Braga Netto no CML (Comando Militar do Leste). A ideia é que o anúncio oficial do nome do general Richard seja feito na próxima terça-feira (27). Além do general Richard Nunes, outros dois oficiais foram entrevistados pelo interventor Braga Netto para o cargo.
Em reunião na quinta-feira, no CML (Comando Militar do Leste), militares do Exército e da Marinha que integram a equipe do interventor, o general Braga Netto apresentou, em linhas gerais, o plano de segurança a militares da ESG (Escola Superior de Guerra) e da Adesg (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra). A intenção da equipe de Braga Netto é “reestruturar” as duas polícias, o que seria apresentado como legado da intervenção.
Temer
O presidente Michel Temer rebateu na quarta-feira (21) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que a intervenção federal no Rio de Janeiro não foi motivada por interesses eleitorais.
Em nota, o emedebista afirmou que não seguirá em busca de “aplauso fácil”, que a agenda eleitoral “não é e nem será causa” das ações governamentais e que a iniciativa no Rio de Janeiro não tem “significação eleitoral”. “O presidente reitera que toda e qualquer decisão do governo é regida exclusivamente para as reais necessidades do País. A agenda eleitoral não é nem será causa das ações do governo”, disse.
Na quarta-feira, Lula afirmou que Temer quer realizar a intervenção federal para avançar sobre “o nicho de eleitores” do pré-candidato presidencial Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Segundo o petista, a ação é uma tentativa de “mudar a pauta” e falar “somente de segurança pública”. “Temer quer pegar os votos do Bolsonaro e inventou esse de colocar o Exército no Rio de Janeiro. O militar não é preparado para lidar com bandido, mas com inimigo de outro país”, disse. No mesmo posicionamento, Temer desautorizou o seu marqueteiro, Elsinho Mouco, um dos principais entusiastas de sua candidatura à reeleição.