Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2020
O Governo do Distrito Federal vetou a criação da Praça Marielle Franco, em Brasília, aprovada em novembro do ano passado pela Câmara Legislativa (CLDF). A decisão foi publicada em edição extra do Diário da Câmara Legislativa.
Ao justificar a proibição, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que Marielle “não teria prestado serviços à população do Distrito Federal”. Segundo ele, no Distrito Federal existe a “tradição de se homenagear com a denominação de logradouros públicos apenas pessoas com vínculos diretos com a cidade.”
O deputado Fábio Felix (PSOL), autor do projeto, criticou a decisão. “Vetar o projeto é simplesmente negar reconhecimento à dimensão que tomou o legado de Marielle. Seu nome está à altura de qualquer espaço de Brasília, como está à altura de centenas de lugares do mundo. Lutaremos pela derrubada do veto!”, escreveu ele no Twitter.
Em nota, ele afirmou que “o veto não contém nenhuma motivação técnica, baseada na Constituição Federal ou na Lei Orgânica do Distrito Federal”, e que as alegações do governador “não correspondem à realidade”, citando exemplos de praças que receberam nomes de pessoas que não estão ligadas ao Distrito Federal, como a praça Alziro Zarur, praça Zumbi dos Palmares, praça cantor Leandro e praça Roberto Marinho.
A praça que receberia o nome da vereadora está no Setor Comercial Sul e passaria por uma revitalização, com a instalação de bancos e arborização.
Ao todo, 150 locais públicos espalhados pelo mundo homenageiam a ex-vereadora, assassinada no dia 14 de março de 2018 ao lado do seu motorista, Anderson Gomes, no Rio de Janeiro.
Júri popular
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu à Justiça que Ronnie Lessa e Élcio Queiroz sejam levados a júri popular pelas mortes da vereadora Marielle Franco e do Motorista Anderson Gomes. A informação foi publicada nesta quinta-feira (23) pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
O MP quer evitar que os dois – presos preventivamente em março de 2019 e levados para o Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia – combinem versões sobre o crime.
Os promotores que assinam as alegações finais da promotoria na ação penal também pedem que os dois sejam separados em unidades prisionais federais diferentes, até que aconteça o julgamento.
À reportagem da “Folha”, a defesa dos réus negou a participação deles no crime e criticou o pedido de separação dos dois.
O crime vai completar dois anos no próximo dia 14 de março.