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Brasil O governo admitiu entrave na comunicação da reforma da Previdência. Ministro destacou “guerrilha de desinformação”

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O ministro criticou o que chamou de “guerrilha de desinformação”. (Foto: Divulgação/MP)

Apesar de os números evidenciarem o déficit na Previdência e as projeções demonstrarem a tendência de agravamento no cenário, a reforma enfrenta resistências na população. A possibilidade de mudança no sistema previdenciário é frequentemente associada à perda de direitos. Na disputa de narrativas, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, reconheceu que o governo ainda não conseguiu ultrapassar a barreira de convencimento e afirmou que o tema é de “difícil comunicação”.

O monitoramento das redes sociais feito pelo Palácio do Planalto mostra que as mensagens a favor da reforma dificilmente ultrapassam a fronteira e costumam circular só entre aqueles que já se posicionam a favor das alterações.

“Nós observamos a distribuição de posts nas redes. O que a gente (governo) manda fica no primeiro que recebeu. O cara não replica aquilo. E há um certo isolamento dos grupos. Os que são a favor mandam mensagens para os que são a favor. Os grupos que são contra mandam para os que são contra. O tema em si é árido, difícil, o nosso sistema previdenciário é completamente injusto, cheio de distorções. São muitas regras diferentes, e só para explicar a diferença entre as regras já perdemos um tempo”, afirmou o ministro.

“Guerrilha de desinformação”

As dificuldades começam dentro do Congresso. Em ano eleitoral, existe uma dificuldade extra, pois mesmo os deputados e senadores aliados podem se sentir expostos dentro de suas bases eleitorais ao apoiarem um tema visto como impopular.

“O convencimento dos parlamentares envolve justamente esse processo de comunicação. O governo tem empreendido uma série de campanhas. No fim, o parlamentar está preocupado com a base eleitoral dele. Então, temos que chegar nessa base com a informação correta para que o parlamentar se sinta confortável para manifestar apoio. Evidentemente, os parlamentares também demandam benefícios para suas regiões e obras. Mas nossa capacidade de atender a isso hoje é limitadíssima, justamente por causa da Previdência”, ressaltou Oliveira.

Para o economista José Márcio Camargo, professor da PUC-Rio, a proposta atual de reforma da Previdência, por ser mais restrita, é mais compreensível ao grande público:

“A proposta inicial do governo era muito ampla. Ela atacava todos os pontos, da previdência do setor público à do setor rural. Você não podia fazer um marketing dizendo que ela só serviria para acabar com os privilégios. Agora, pode. A proposta que sobreviveu está concentrada na redução de privilégios.”

O ministro do Planejamento criticou o que chamou de “guerrilha de desinformação”, em que “conceitos falsos” são usados por grupos contrários à reforma. E citou um cálculo feito pela Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal).

“Ele fala que tem déficit na Previdência, mas não na seguridade social. Mas o que é seguridade social? É um conceito abstrato. Quando você faz a conta, tem déficit também na seguridade social. Maior inclusive que o da Previdência. Porque inclui assistência social, saúde, uma série de despesas em que o déficit é maior. Mas eles fazem uma conta malandra e não incluem o pagamento da aposentadoria dos servidores, porque acham que servidor público não é Previdência. Desmascaramos isso.”

Para o jornalista Merval Pereira, parte das dificuldades vem da própria incapacidade de Brasília para comunicar a necessidade da reforma à população.

“O governo não consegue transmitir para a sociedade essa coisa fundamental. A reforma proposta trata de desigualdades e acaba com privilégios. Os números são incontestáveis.”

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