Segunda-feira, 07 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 17 de novembro de 2020
O governo revisou para cima a projeção para a inflação oficial neste ano, de 1,8% para 3,1%, segundo o Boletim Macrofiscal, divulgado nesta terça-feira (17) pelo Ministério da Economia.
No mesmo documento, elaborado pela Secretaria de Política Econômica, a pasta também alterou a previsão para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, de retração de 4,7% para um tombo de 4,5%.
Para o terceiro trimestre, a projeção do governo é que a economia brasileira crescerá 8,3%, em relação aos três meses anteriores. Divulgado na sexta-feira passada, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), uma espécie de prévia do PIB, apontou que a economia do País cresceu 9,5% no terceiro trimestre de 2020 na comparação com o trimestre anterior.
As últimas projeções do Ministério da Economia haviam sido publicadas pela secretaria em setembro.
A revisão dos dados de inflação ocorre após a alta de preços concentrada nos segmentos de alimentos e material de construção. O movimento é atribuído ao aumento da demanda causado pelo auxílio emergencial nos últimos meses.
Nas últimas semanas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem afirmado que a inflação — percebida principalmente por famílias da baixa renda — é uma alta transitória e setorial, que tende a se dissipar nos próximos meses.
A projeção oficial para a inflação está mais otimista que a de analistas do mercado financeiro, que esperam que o IPCA encerre 2020 em 3,25%, segundo o Boletim Focus.
A estimativa para o INPC, índice que mede a alta de preços sentida por famílias com renda de até cinco salários mínimos, é ainda mais alta.
De acordo com as projeções do governo, o indicador chegará a 4,1%, quase o dobro do projetado em setembro (2,4%). O boletim Focus espera que o INPC fique em 3,88% até o fim do ano.
Primeira revisão
A revisão da projeção para o crescimento econômico é a primeira desde que o governo divulgou a previsão de queda de 4,7% em maio, no início da pandemia.
Na época, a previsão era muito mais otimista que estimativas feitas por analistas do mercado financeiro e organismos internacionais.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) chegou a projetar queda de 9,1% para o PIB brasileiro, mas depois alterou esse número para retração de 5,5%.
Nos últimos dias, Guedes tem dito que a economia brasileira tem apresentado uma “recuperação em V”, que significa uma retomada rápida após uma queda repentina da atividade.
O dado é divulgado a duas semanas da divulgação pelo IBGE do desempenho do PIB para o terceiro trimestre, previsto para o dia 3 de dezembro.