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Mundo O governo de Donald Trump exigiu que a Espanha e a União Europeia rompessem o diálogo com Nicolás Maduro

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Os Estados Unidos pressionaram Espanha e UE (União Europeia) para reconhecer a autoridade do opositor em Caracas e romper qualquer canal de diálogo com o presidente Nicolás Maduro. (Foto: Fotos Públicas)

O governo norte-americano avisou com antecedência o governo espanhol de que o líder da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, se proclamaria presidente interino. Os Estados Unidos pressionaram Espanha e UE (União Europeia) para reconhecer a autoridade do opositor em Caracas e romper qualquer canal de diálogo com o presidente Nicolás Maduro. As informações são do jornal El País e da agência de notícias Reuters.

“Não vou dizer de quem, mas podem imaginar. Sofremos muita pressão para que votemos contra a criação deste grupo”, admitiu o ministro de Relações Exteriores da Espanha, José Borell, ao Congresso, em referência ao grupo de contato criado na quinta-feira (31) pela UE para promover uma solução para a crise na Venezuela por meio da convocação de eleições livres.

No dia 22 de janeiro, o secretário de Estado espanhol de Cooperação e Iberoamérica, Juan Pablo de Laiglesia, visitava Washington, onde se reuniu com a subsecretária de Estado para o Hemisfério Ocidental, Kimberly Breier, e com responsáveis do Conselho de Segurança Nacional. No dia 10, Maduro havia tomado posse para um segundo mandato após eleições de legitimidade contestada pela UE. Os interlocutores de Laiglesia anunciaram que se avizinhavam “acontecimentos importantes” na Venezuela, sem detalhes, que vieram no dia seguinte.

A confirmação chegou por meio de um telefonema da embaixada americana em Madri, na manhã do dia 23. “É provável que Guaidó se proclame presidente hoje e nós vamos reconhecê-lo”, dizia. Horas depois, protestos convocados pela oposição tomaram cidades da Venezuela e o líder opositor reivindicou para si os poderes do Executivo venezuelano. Logo depois, Donald Trump reconheceu-o oficialmente. Na sequência, vários países latino-americanos, como o Brasil, fizeram o mesmo.

A notícia pegou Borrell durante reunião em Madri com o homólogo português, Augusto Santos Silva. Os dois ministros haviam discutido a criação do grupo de contato que vinha sendo discutido pela UE desde outubro. A ideia pressupõe que vários países europeus e latino-americanos sirvam de facilitadores, e não mediadores, da restauração dos canais de diálogo entre o regime de Maduro e a oposição.

Quase a metade dos milhões de europeus que residem na Venezuela são espanhóis ou portugueses. Os chefes da diplomacia dos dois países, os maiores interessados da UE no país sul-americano, reagiram com cautela.

“Não vamos seguir ninguém”, ressaltou Borrell, antes de ambos apelarem pela manutenção da unidade de posição da UE.

Borrell abandonou precipitadamente uma conferência na Casa de América para atender uma chamada da embaixada dos EUA em Madri (o embaixador Duke Buchan III queria vê-lo) e falar com o presidente do governo, Pedro Sánchez, no Fórum Econômico Mundial de Davos.

A análise do Palácio de Santa Cruz, sede da Chancelaria espanhola, era inicialmente diferente da do Palácio de Moncloa, a sede do governo, admitem fontes governamentais. Sánchez não queria ficar à margem de uma onda em que havia embarcado a maioria dos governos latino-americanos e que os conservadores do Partido Popular e do Cidadãos estavam usavam para corroer sua imagem em casa. As declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, favorável à oposição venezuelana, contrastaram com o silêncio de Sánchez.

A Chancelaria, por sua vez, temia as consequências imprevisíveis de dar um passo sem precedentes. Não se tratava apenas das dúvidas jurídicas sobre a autoproclamação de Guaidó, mas também da ruptura da chamada Doutrina Estrada, segundo a qual se reconhece diplomaticamente o Estado, não o governo da vez. Pela primeira vez, a Espanha iria reconhecer um presidente que não controla o aparato do Estado e romperia com quem ostenta o poder de fato, mesmo com legitimidade questionada.

No próprio dia 23, México e Uruguai publicaram nota conjunta em que defendiam novas negociações e destacavam o apoio da Organização das Nações Unidas e da União Europeia. O comunicado citava especificamente os governos de Portugal e Espanha.

Na quinta-feira, em Bucareste, Borrell confirmou que a Espanha reconhecerá na segunda-feira o líder opositor e a UE criou o grupo de contato, mas com objetivo limitado, de propiciar a celebração de eleições na Venezuela, no prazo de 90 dias.

Linguagem cautelosa

Governos da União Europeia vão se mobilizar para reconhecer Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela a partir da semana que vem, mas usando uma linguagem cautelosa por medo de estabelecer um precedente para crises políticas, disseram dois diplomatas da UE nesta sexta-feira.

Receosos de que a decisão de Guaidó de se declarar presidente possa servir de exemplo para outros líderes de oposição em todo o mundo, ministros das Relações Exteriores do bloco concordaram nesta semana em Bucareste em só apoiá-lo até que se possa realizar uma nova eleição.

Em vez de o bloco como um todo fazer uma declaração conjunta, cada um dos 28 governos informará se endossa o chefe da Assembleia Nacional venezuelana.

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