Quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de junho de 2017
O juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava-Jato, reagiu com indignação nesta terça-feira (6), à acusação lançada pelo defensor do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, de que ele promove “uma clara tentativa de intimidar os advogados mediante interceptação de dados de navegação de um escritório de advocacia”.
“Esclareça-se, apenas diante dos termos da nota emitida pelo defensor do sr. Luiz Inácio Lula da Silva, que não houve qualquer ‘espionagem’ a escritório de advocacia, mas mera verificação dos acessos ao processo eletrônico da Justiça Federal”, assinalou Moro.
O embate foi originado em um habeas corpus ao TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) por meio do qual a defesa de Lula alegou que Moro juntou aos autos de um processo contra o ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro os depoimentos em delação premiada do empresário Emílio Odebrecht e do executivo da empreiteira Alexandrino Alencar poucas horas antes da audiência em que os dois foram ouvidos na condição de testemunhas da acusação, na segunda-feira (5).
Com base nas informações de Zanin Martins, o desembargador Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4, determinou nova audiência para que Emílio Odebrecht e Alexandrino sejam ouvidos outra vez.
Nesta terça, 6, Moro informou o desembargador que, ao contrário do que alegou, a defesa de Lula acessou sim os depoimentos dos delatores da Odebrecht ‘diversas vezes’ nos dias 31 de maio e 1º de junho.
Moro lançou um desafio. “Cabe somente ao advogado esclarecer ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região o motivo de ter afirmado que não teria tido acesso aos depoimentos das testemunhas antes do dia 5 de junho, quando o sistema eletrônico registra acesso dele em 31 de maio e 1º de junho.”