Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Carlos Alberto Chiarelli | 23 de novembro de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Todo mundo que, para testar a memória é um Galicismo, viu-se estimulado a escrever sobre Milei, o gordo (não obeso), o baixo (não baixinho) que, ao se propor a concorrer às eleições presidenciais argentinas, fundou um partido político.
Como, sendo empresário e um verdadeiro cidadão, permanente nas manifestações de crença na democracia, foi – coerentemente – à luta das ideias e das ideologias e falou em alto e bom som: era um crente sem reservas, de valia, no liberalismo. Consequência pertinente a sua postura, cumpriu a tarefa número 1 de uma instituição democrática, que adorando a sua moderna beleza na linha do que, para ele, pensando racionalmente, significava um Enem a vencer para a dilatar tendência e valores da sociedade nacional.
Foi respeitado pela ousadia saudável de ir à sociedade Argentina, da portenha à “riojana”, e convidá-la a integrar-se no farto almoço em que se consolidaria, por parte dos platinos, que o cardápio sugerido era o da democracia – Milei concorreu a Câmara Federal e elegeu-se tendo o seu partido conseguido eleger outro deputado, ficando a bancada com dois deputados – esse sumário histórico nos faz retroagir à candidatura e à eleição no Brasil do mato-grossense Jânio Quadros, professor de Português em escola estadual no eixo Santos/São Paulo, com uma campanha em que o sobretudo era quase um uniforme, óculos de grau em que estava fragilmente preso numa armação torta que não atravessava o rosto na diagonal.
Jânio, como Milei, derrotou graças ao voto da população (de baixa e muito baixa renda). Tinha ideias inovadoras (proibiu o uso do maiô biquíni), condenou acessórios que atraíam, segundo o JQ, particularmente a uma cidade brasileira.
Com essas ideias “quase sempre originárias e estapafúrdias”, Jânio nomeou um diplomata negro. A diplomacia ficou chocada. Já na Argentina, na eleição de Milei em que ele recebeu 55% dos votos, deixando Massa (representante peronista 11% atrás), que se tivessem votado todos os eleitores habilitados, os liberais passariam de 4 milhões de eleitores. Milei, candidato da economia de mercado, anunciou algumas posições que o seu governo adotaria, nitidamente radicais: Adoção do dólar como moeda nacional, privatização das estatais (a YPF na frente) e o fim do Banco Central.
Lula mandou 8 assessores da sua campanha eleitoral, todos ligados ao PT, para garantir a vitória do Peronista Massa. Ao mesmo tempo, o presidente brasileiro divulgou que compareceria à posse festiva de Massa (aliás era o ministro da economia da Argentina), que já fez chegar no mercado real quase a 200% a inflação. Lula, também para ajudar o candidato Peronista: com Massa ganhando, o Brasil abriria novos créditos mesmo sendo para um vizinho caloteiro (é tão rara essa realidade) que o Brasil se candidata a padrinho avalista “de um argentino em estado de coma”.
Estranha a posição de Lula, enquanto nós temos um déficit público que o Ministro da Fazenda diz ser “mais do que inquietante” , o presidente Lula quer emprestar o dinheiro que não tem “aos afilhados incompetentes”, que o povo com o seu voto livre “correu do governo”.
(Carlos Alberto Chiarelli – Advogado e ex-ministro da Educação – carolchiarelli@hotmail.com)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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