Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2021
Famoso vilão da cesta básica durante a pandemia com a disparada de preços, o arroz não vivia seus melhores dias em anos anteriores, passando por uma queda do consumo e das áreas plantadas no Brasil. Apesar disso, a tecnologia tem impulsionado a produtividade do grão nas lavouras.
Com um território que chega a 1,7 milhão de hectares no Brasil, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o arroz é o 3° cereal mais cultivado no País, perdendo para a soja e para o milho.
Na esfera global, o Brasil o 9° maior produtor do grão, ficando atrás apenas dos países asiáticos. Na região, o ranking é liderado pela China, com uma produção anual estimada em 211 milhões de toneladas, enquanto a do Brasil é de quase 11 milhões.
No País, há também a maior área de arroz orgânico da América Latina, que fica em assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Apesar do dado, essa produção anual ainda é pequena no Brasil, estimada em 12 mil toneladas em 2021, um número quase mil vezes menor do que a do arroz tradicional.
Em 2020, com a pandemia, o Brasil exportou 26% a mais do que o ano anterior. Mesmo assim, esse volume não passou de 10% do que foi colhido, apesar de na época, parte da população ter receio de que o País sofresse um desabastecimento por causa da alta dos embarques.
Os Estados brasileiros que mais contribuem com estes números são Rio Grande do Sul e Santa Catarina, correspondentes a 70% e 10% de toda a produção respectivamente, aponta a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).
O Brasil é produtor de diferentes tipos de arroz. Além dos mais consumidos, como o agulhinha, integral e parboilizado, há os chamados “arroz pigmentados”, que incluem espécies como o vermelho e o negro, que tem 15% mais proteínas do que o arroz branco polido.
Porém, estes gêneros ainda possuem um consumo pequeno no País, abastecendo somente 1% da população, com 120 mil toneladas ao ano, segundo pesquisa realizada por Colombari.
Aumento da produtividade
A produtividade do arroz tem aumentado ao longo dos anos.
Para o pesquisador da Embrapa, Colombari, o aprimoramento técnico do agricultor foi fundamental para isso: “O produtor está cada vez se especializando mais em relação ao manejo da cultura, que é o momento de entrada da água, e a tecnologia de controle de plantas daninhas”.
Ele também explica que o uso de algumas tecnologias permite que os agricultores diminuam de 6 para 1 a aplicação dos agrotóxicos, o que reduz o custo da produção e amplia a eficiência.
O melhoramento genético também é considerado uma vantagem do arroz brasileiro. Segundo Colombari, a Embrapa coloca no mercado 150 quilos a mais de grão genético por ano, o que rendeu mais de duas toneladas considerando em 20 anos.
Ele explica que é por meio deste tipo de tecnologia que os produtores têm reduzido os ciclos da cultura para mitigar os riscos de deficiência hídrica, o que impacta diretamente na qualidade final do arroz.