Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de maio de 2017
O tsunami gerado pela delação de Joesley Batista trouxe uma nuvem de incerteza sobre os próximos passos do Copom (Comitê de Política Monetária). Antes da delação, crescia a aposta de que o BC (Banco Central) poderia ser mais agressivo no corte do juro diante da fraqueza da atividade e da inflação bem comportada. O turbilhão político, porém, impõe incertezas e economistas esperam mais cautela do órgão, formado pelo presidente e diretores do BC.
Eventual impacto inflacionário do dólar mais alto e as incertezas sobre o andamento das reformas são citados como os principais motivos para a esperada cautela no BC. A equipe econômica tem agido para evitar distorções no câmbio e insiste que continuará com a agenda de reformas para dar suporte à retomada do crescimento, mas especialistas acreditam que haverá mudanças e a política monetária é um dos itens que terá de ser ajustado no curto prazo.
Ex-diretor do BC e assessor da presidência da FGV (Fundação Getulio Vargas), Sergio Werlang avalia que o noticiário sugere cautela. “No curto prazo, há impacto relativamente pequeno (na inflação), porque as políticas continuam em andamento, mas muito possivelmente o BC pode ficar mais conservador”, disse. No início da semana, o ex-diretor acreditava que a Selic (a taxa básica de juros) poderia ser reduzida em 1,25 ponto na reunião do fim do mês. Agora, prevê 1 ponto – mesmo ritmo da decisão anterior.