Sábado, 18 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 20 de maio de 2017
A ação que pode cassar a chapa Dilma-Temer foi ajuizada pelo PSDB somente para “encher o saco” do PT. Foi o que disse Aécio Neves em conversa gravada por Joesley Batista anexada à sua delação premiada. “Lembra depois da eleição? Os filhas da p… sacanearam tanto a gente, vamos entrar com um negócio aí para encher o saco deles também.” O tucano, que assina a ação como presidente do PSDB, diz que Michel Temer pediu que recuasse após o impeachment. “Se eu retirar, não tô nem aí, perco nada, mas o MP assume essa merda.”
O processo que pode cassar Temer e punir Dilma vai a julgamento dia 6 no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ministros avaliam que a delação de Joesley vai influenciar votos. As informações são dos colunistas Marcelo de Moraes e Andreza Matais, do jornal O Estado de S. Paulo.
Amigo de Temer
Os delatores da JBS Florisvaldo Caetano de Oliveira e Ricardo Saud relataram aos investigadores da Procuradoria-Geral da República a entrega de R$ 1 milhão em espécie para João Baptista Lima Filho, amigo pessoal do presidente Michel Temer. O pagamento foi acordado com Saud e a entrega dos valores foi executada por Oliveira.
O pagamento, segundo Saud, era parte dos R$ 15 milhões que Joesley Batista havia se comprometido a pagar para Michel Temer na campanha de 2014. De acordo com Saud, o R$ 1 milhão foi colocado por Temer “no bolso”. “Eu já vi o cara pegar o dinheiro da campanha e gastar na campanha. Agora, ganhar um dinheiro do PT e guardar para ele no bolso dele, eu acho muito difícil”, afirmou o delator, para quem “o Michel Temer fez uma coisa até muito deselegante”.
Apontado como entregador de dinheiro para políticos da JBS, Florisvaldo Oliveira, por sua vez, detalhou que o endereço citado por Saud para a entrega era a sede da empresa do amigo de Temer, a Argeplan. A empresa faz parte de um consórcio que ganhou concorrência para executar serviços relacionados à usina de Angra 3 – cujas obras são investigadas na Lava Jato. (AE)