Sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de junho de 2017
Com base em parecer técnico da Secretaria de Educação Básica, o ministro da Educação, Mendonça Filho, decidiu recolher os 93 mil exemplares do livro “Enquanto o Sono Não Vem”, distribuídos pelo Programa de Alfabetização na Idade Certa para alunos do ensino fundamental das escolas públicas. A obra foi considerada inadequada para crianças de 7 e 8 anos, devido à abordagem do tema incesto (relações sexuais entre familiares).
Um dos trechos da publicação, de autoria de José Mauro Brant, conta a história da vontade de um rei em casar com a mais bonita de suas três filhas. Diante da negativa, a menina é castigada e termina morrendo de sede. A partir dos questionamentos feitos por professores e pais de alunos em todo o país acerca desse conteúdo, o titular da pasta solicitou pareceres técnicos e jurídicos, que acabam por respaldar o recomendando a redistribuição da obra para bibliotecas públicas de todo o País.
“As crianças no ciclo de alfabetização, por serem leitores em formação e com vivências limitadas, ainda não adquiriram autonomia, maturidade e senso crítico para problematizar determinados temas com alta densidade, como é o caso da história em questão”, avaliou o parecer, destacando que o texto deve não somente ser adequado às competências linguísticas e textuais do estudante, mas também à sua experiência de vida.
A atual gestão do Ministério da Educação está promovendo uma revisão de todo o processo de seleção dos livros didáticos e paradidáticos. Segundo representantes do órgão, o objetivo é a melhoria da qualidade do ensino brasileiro.