Quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de novembro de 2020
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse nesta sexta-feira (13) que há “indícios” de que a pasta tenha sido alvo de ataques cibernéticos.
Na semana passada, o ministério informou apenas que um vírus foi localizado na quinta-feira (5) na rede de computadores do órgão. Na sexta, a pasta admitiu apenas um “incidente”, sem dar detalhes do problema que afetou por dias a atualização dos dados de casos e mortes por covid-19.
Mais cedo, também nesta sexta, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, tratou do tema, mas não falou em indícios. Ele disse a congressistas que houve um ataque de um hacker ao sistema do Ministério da Saúde, afetando também a agência. Isso, segundo ele, impediu a chegada de um aviso, do Instituto Butantan, do episódio da morte de um voluntário dos testes da vacina CoronaVac.
Em um pronunciamento de pouco mais de 3 minutos, sem a possibilidade de que repórteres fizessem perguntas, o secretário-executivo do Ministério da Saúde afirmou que os indícios surgiram nas investigações sobre a origem do vírus.
“Há indícios de que a pasta também foi alvo de tentativas de ataques cibernéticos, embora ainda não haja laudo conclusivo. O ministério teve a precaução de não divulgar informações a esse respeito até então para preservar provas e garantir segurança de dados”, declarou Elcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde.
“Ainda é possível que haja intermitência. (…) Todos os sistemas estão sendo restabelecidos, com previsão de retorno à normalidade a partir de segunda, 16 de novembro”, disse Elcio, que negou, entretanto, que tenha ocorrido sequestro ou vazamento de informações.
“Não houve comprometimento, sequestro ou vazamento de informações. Esclarecemos que a dificuldade de acesso às redes nos últimos dias enfrentada por alguns estados e a inviabilidade de coletivas de imprensa semanal se deu em razão do bloqueio da base de dados que foi realizada para preservar as informações do ministério”, disse o secretário-executivo.
STJ
Menos de dois meses após tomar posse como presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no final de agosto, o ministro Humberto Martins se viu diante de um ataque hacker que, na semana passada, bloqueou a base de dados dos processos em andamento na Corte. O caso é tratado por peritos como “o mais grave ataque” cibernético já verificado nos órgãos públicos da capital federal e foi especialmente prejudicial em razão do trabalho remoto na pandemia.
Para minimizar os efeitos da invasão ao sistema oficial do tribunal, Martins precisou agir rápido: editou uma resolução suspendendo julgamentos e impedindo movimentações digitais até o restabelecimento da segurança do tráfego de dados. Nesse meio tempo, começou o processo de troca das senhas de acesso de cada ministro, que agora precisam seguir procedimentos de dupla autenticação, e colocou no ar uma página estática que substituiu provisoriamente o portal do STJ enquanto peritos apuram a extensão do ataque.
Apesar os esforços, o dia a dia no Superior Tribunal de Justiça ainda não voltou à normalidade. “Alertado pela Polícia Federal sobre a possibilidade de novas investidas dos criminosos contra sistemas de órgãos públicos brasileiros, o STJ está vigilante para a necessidade de cautela neste momento”, reconhece Martins.