Segunda-feira, 06 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de janeiro de 2021
O Ministério da Saúde divulgou o documento de confirmação de compra das 54 milhões de doses adicionais da CoronaVac. No ofício, Antônio Elcio Franco Filho, secretário-executivo da pasta solicita a possibilidade de antecipação da entrega de 46 milhões de doses do imunizante produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
“Solicito também avaliação e manifestação expressa quanto à possibilidade de antecipação do cronograma de entrega das 46 milhões de doses, atualmente previsto na Cláusula Segunda o Contrato nº 5/2021”, descreve o documento.
O cronograma inicial previa a entrega das 46 milhões de doses da CoronaVac até o dia 30 de abril de 2021. Confira abaixo as etapas:
1ª parcela – 8.700.000 de doses (6 milhões importadas e 2,7 milhões de produção nacional) até 31/01/2021
2ª parcela – 9.305.000 de doses (produção nacional) até 28/02/2021
3ª parcela – 18.065.000 de doses (produção nacional) até 31/03/2021
4ª parcela – 9.930.000 de doses (produção o nacional) até 30/04/2021
O Ministério da Saúde solicitou ainda “que seja antecipado o processo de registro junto à Anvisa até o final de fevereiro de 2021” para que “com essas doses adicionais, podermos dar início junto com todos os Estados e Municípios à vacinação em massa da população brasileira”.
A pasta pediu que o Butantan apresente à Saúde um cronograma de entrega das 54 milhões de doses de CoronaVac adicionais até quarta-feira (3) para que o novo contrato seja assinado até o dia 5 de fevereiro.
O Ministério da Saúde confirmou a compra de 54 milhões de doses adicionais da vacina contra a Covid-19 produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. A decisão ocorreu depois de o governo de São Paulo dar um ultimato para que o governo federal se pronunciasse até o dia 5 de fevereiro sobre o assunto. A pasta também disse não se opor a que o governo de São Paulo retenha as doses de vacina que cabem ao estado, desde que sejam apresentados os recibos de entrega e recebimento e seja respeitada a divisão equitativa entre os entes federativos.
Sinovac
O laboratório chinês Sinovac, fabricante da Coronavac, negou ser autor de uma nota em que tece críticas a outras empresas produtoras de vacinas contra a Covid-19 e diz que a postura dos Estados Unidos no enfrentamento à pandemia “é pouco colaborativa”.
A nota, enviada por uma agência de consultoria em comunicação dizia que alguns países, diferentemente da China, têm “interesses protecionistas”. Mais tarde, o Instituto Butantan, parceiro da Sinovac na produção da Coronavac no Brasil, encaminhou ao jornal Estadão nota negando o teor do documento.
A Embaixada da China no Brasil também informou que a nota é falsa. “A declaração nao foi feita pela sede da Sinovac e a empresa não tem conhecimento de seu conteúdo”, eslclareceu a representação diplomática.
A assessoria de imprensa que divulgou o comunicado atribuído à Sinovac, a Pharos Consultores Associados, em resposta ao jornal paulista disse ter sido vítima de um golpe e que também acabou surpreendida com a notícia. Confira o posicionamento da empresa assinado pelo sócio Erik Guerriero:
“A Pharos Consultores Associados informa que foi contratada no dia 28/01, pelo senhor Frank Zhang, CEO e fundador da Keen Risk Solution, no Brasil representado pelo senhor Liu Jia, professor visitante da Universidade de Brasília, se apresentaram como representante da Sinovac Biotech, para que fizéssemos a divulgação de um posicionamento oficial da fitofarmacêutica que foi encaminhado aos senhores jornalistas. Fomos surpreendidos quando recebemos a informação de que a nota veiculada era falsa por meio de notificação da verdadeira Sinovac que negou ter ciência da nota e colocando nosso trabalho e carreiras em cheque. Descobrimos que ele apresentou documentos falsos e que fomos vítimas de um golpe, estamos reunindo informações sobre o contratante impostor, e iremos buscar reparação judicial. A documentação referente ao trabalho e à contratação será entregue às autoridades. Estamos também reunindo as provas para assegurar nossa idoneidade e posição como vítimas de um crime”.