Quinta-feira, 20 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de janeiro de 2020
O Ministério da Saúde pretende alugar 1 mil leitos de UTI para atender pacientes com suspeita e casos de coronavírus no País. No Brasil há nove pacientes com suspeita da doença e nenhum caso confirmado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (30), pela pasta.
Cada leito pode custar de R$ 15 mil a R$ 20 mil, segundo estimativas do Ministério. A disponibilização acontecerá de acordo com a demanda de cada estado e unidade de referência para tratamento. A expectativa é de que a licitação seja concluída em até 40 dias.
“Nós já estamos nos preparando para a questão de assistência. É bem provável que vamos precisar de acréscimo na oferta de leitos de cuidados intensivos. Na quarta (29), o Ministério da Saúde começou a abrir uma licitação para colocar mais 1 mil leitos de UTI em hospitais de referência para o atendimento de pacientes com coronavírus”, disse o secretário-executivo da pasta, João Gabbardo.
O secretário informou que o número de leitos distribuídos será de acordo com a demanda de cada unidade. E que se for necessário o número pode ser ampliado. Uma nova lista deve ser apresentada semana que vem, quando os secretários se reunirão em Brasília com a pasta da Saúde.
“Como funciona um leito de UTI? O hospital constrói o leito de UTI, compra os equipamentos e o ministério repassa o recurso para o custeio. Para esses 1 mil leitos vai ser diferente, o Ministério da Saúde vai fazer a locação, disponibilizar os leitos com todos os insumos, assistência técnica, manutenção e treinamento”, disse Gobbardo.
A lista de hospitais de referência é de cerca de 35 unidades e está em atualização. Isso porque a relação está sendo redefinida junto aos secretários estaduais de Saúde. Em Espírito Santo, por exemplo, constavam 15 unidades ontem, hoje o número foi reduzido para dois.
“A ideia é que tenha um quantitativo de hospitais de acordo com a população e principalmente de acordo com a evolução da doença”, considerou Gobbardo. Ele destacou que a região Sul, por exemplo, habitualmente tem mais casos de doenças respiratórias.
Casos
A Comissão Nacional de Saúde da China informou nesta quinta-feira (30), que o número de casos de coronavírus no país subiu para 9.692 em 19 países, e o total de mortes aumentou para 213, todas na China.
Em comunicado, o órgão afirmou ainda que há 15.238 casos suspeitos na China e que 171 pessoas já foram curadas. O documento informou, também, que há 12 casos confirmados em Hong Kong, 7 em Macau e 9 em Taiwan.
Também nesta quinta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência global de saúde pública devido ao surto de coronavírus, mas descartou recomendações para restringir comércio e viagens, inclusive à China.
Posição do Brasil
O secretário de Vigilância em Saúde do Brasil, Wanderson de Oliveira , disse que o protocolo no Brasil não deverá mudar após a declaração de emergência da OMS e que o Ministério da Saúde já está com um planejamento de contingência. A informação foi divulgada em entrevista coletiva em Brasília.
“Só quando tivermos um primeiro caso confirmado é que declararemos emergência de saúde pública no Brasil. Junto à OMS nós verificamos e analisamos as condutas, se temos que mudar ou adaptar de acordo com a OMS”, disse Oliveira.
O Brasil continua com nove casos suspeitos do novo coronavírus 2019 n-CoV e em seis Estados. De acordo com a pasta, houve 43 notificações ao todo, e nenhum caso provável ou confirmado. Os dados são referentes ao período de 18 a 30 de janeiro de 2020.