Domingo, 28 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de dezembro de 2020
O MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais) denunciou, nesta sexta-feira (18), 16 pessoas, entre elas o ex-governador do Estado e atual deputado federal Aécio Neves (PSDB), pelos crimes de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro nas obras da Cidade Administrativa, sede do governo estadual.
Segundo as investigações, as irregularidades aconteceram entre 2007 e 2010. Porém, elas só teriam sido descobertas seis anos depois por meio de delação premida durante a Operação Lava-Jato.
Três executivos de duas das nove empresas que participaram da construção da Cidade Administrativa, que aconteceu durante gestão do então governador Aécio Neves, confirmaram os crimes.
“Após as colaborações celebradas no âmbito da Força-Tarefa da Lava-Jato, as investigações foram aprofundadas pelo Ministério Público de Minas Gerais, que celebrou colaborações com outros três executivos de duas das nove empresas conluiadas, os quais corroboraram, integralmente, os primeiros atos de colaboração”, informou o MP.
De acordo com o MP-MG, as nove empreiteiras se uniram “para fraudar a licitação e repartir ilicitamente os contratos para a execução das obras”. Os valores contratados teriam sido superfaturados. Ainda segundo as investigações, 3% dos valores pagos às empresas contratadas foi entregue ao então governador, por meio de um diretor da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), como propina.
As investigações apontaram que parte do dinheiro foi paga por “meio de contratos fictícios e, ainda, por valores entregues a terceiros, em evidente conduta de ocultação e lavagem de dinheiro”. As investigações do MP-MG tiveram a participação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Segundo apurado no inquérito conduzido pela Polícia Federal, os prejuízos sofridos pelo Estado de Minas Gerais superam o valor de 50 milhões de reais.
Defesa
A defesa do deputado Aécio Neves disse, em nota, que “lamenta a precipitação e o absurdo da denúncia apresentada pelo Ministério Público. A obra citada, concluída há mais de 10 anos, foi realizada de forma exemplar, com os preços apresentados na licitação considerados abaixo dos de mercado pelo próprio MP à época e considerada correta por todos os órgãos de controle como TJ, TCE. O edital foi aprovado pela AGE e submetido previamente ao MP. Por isso a denúncia é insustentável. A defesa confia que a Justiça irá demonstrar a injustiça e o absurdo da falsa acusação”. As informações são do portal de notícias G1 e do MP-MG.