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Por Redação O Sul | 18 de maio de 2019
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na sexta-feira (17) que não há motivos para se preocupar com a recente turbulência no mercado financeiro. Nos últimos dias, investidores têm demonstrado preocupação com a capacidade do governo de avançar com a agenda de reformas, em especial as medidas da área fiscal.
Na sexta-feira, o dólar chegou a valer R$ 4,1122, maior cotação intradia desde 20 de setembro do ano passado. Já a Bolsa de Valores fechou abaixo dos 90 mil pontos. “Se a bolsa cai ou o dólar sobe um pouco, isso é barulho. Ninguém tem de ficar preocupado”, disse Guedes durante participação em evento no Rio de Janeiro. “Tem uma dinâmica mais forte, construtiva e positiva [sendo construída na economia brasileira].”
Os investidores monitoram, sobretudo, a capacidade política do governo Jair Bolsonaro de aprovar no Congresso uma reforma da Previdência que traga uma recuperação robusta da economia. Considerada pelo mercado uma medida fundamental para o acerto das contas públicas, a proposta de reforma apresentada pela equipe econômica prevê um impacto fiscal de R$ 1,2 trilhão em 10 anos.
“Se fizermos uma reforma de R$ 1 trilhão, temos potencial para lançar o sistema de capitalização”, afirmou Guedes. “Na minha relação com o Congresso, tenho visto muita sensibilidade com o tema.” Com uma eventual aprovação da Previdência, o ministro acredita que as expectativas com a economia brasileira vão melhorar a partir do segundo semestre. Na terça-feira da semana passada, em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento, Guedes disse que a economia do País está no “fundo do poço” e reduziu a previsão de crescimento da economia deste ano de 2% para 1,5%.
“O crescimento não está caindo, o que está caindo são as expectativas de crescimento que estavam altas”, afirmou Guedes nesta sexta. O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), divulgado pelo Banco Central, indicou que a economia brasileira encolheu 0,68% no 1º trimestre. Com o fraco início de ano, bancos e consultorias estão reduzindo as expectativas para a economia neste ano e prevendo um crescimento próximo de 1%. “Daqui a dois, três, quatro meses vamos ter um desfecho virtuoso, e as expectativas vão ser mais favoráveis.”
Maia
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) defendeu na sexta uma agenda econômica de curto prazo, para tentar destravar a geração de empregos no País. Em um evento do setor de construção civil, no Rio, Maia disse não se preocupar com a reforma da Previdência, que segundo ele já está encaminhada no Congresso.
Ao lado de Paulo Guedes, ele propôs o estudo de medidas para movimentar a economia enquanto os efeitos da reforma não forem sentidos. Citou como exemplo o uso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para fomentar investimentos. “Nós estamos caminhando para o aumento do desemprego, para o aumento da pobreza e no final do ano voltamos a ter fome no país”, afirmou o presidente da Câmara.