Terça-feira, 30 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2020
O ministro da Economia, Paulo Guedes, classificou como “conversa fiada” a possibilidade de recriar os ministérios do Trabalho da Indústria. E depois o presidente Jair Bolsonaro negou, na sua live semanal, o interesse em recriar qualquer ministério. Essas pastas, junto com a Fazenda e Planejamento, foram fundidas para dar origem ao Ministério da Economia, comandado por Guedes, no início do governo. Os antigos ministérios se tornaram secretarias especiais ligadas a Guedes.
“Não existe isso. É conversa fiada”, disse Guedes, ao chegar a um evento sobre a reforma administrativa no Congresso Nacional.
Para criar os novos ministérios seria necessário desmembrar o Ministério da Economia. A junção das pastas deu a Guedes a condição de “superministro” da Economia, que ele mesmo rejeita.
Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (8) que não há intenção do governo de recriar ministérios, chamando de “fake news” as informações publicadas pela imprensa de que o Centrão estaria pressionando pela recriação de pastas que hoje estão sob alçada do Ministério da Economia.
De acordo com Bolsonaro, a divulgação dessa informação era uma tentativa de “tumultuar” e desgastar Paulo Guedes, fazendo parecer com que o presidente estivesse atuando “por trás dele”.
“Não existe da nossa parte no momento nenhum interesse em recriar qualquer ministério. O último que foi criado foi do Fábio Faria (ministro das Comunicações). Esperando que o projeto do Banco Central, que tem status de ministério, seja o tornado independente e a gente volta a ter 22 ministérios.”
No mesmo evento em que estava Guedes, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi perguntado sobre o possível esvaziamento do ministério da Economia e se Guedes estaria fraco.
“Não tem ministro da economia fraco em momento nenhum e muito menos o Paulo Guedes que tem uma estrutura de várias secretarias, que muitos ministros sonharam no passado. Ele tem experiência e qualidade para isso.”
Ainda de acordo com Maia, do que ouve do presidente Bolsonaro, Guedes tem todo o apoio do governo e que temas como esse não são de sua alçada e não ajudam no momento que o foco é a realização de reformas.
Nos últimos dias, a saída do secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, da equipe do ministro ressuscitou a pressão de políticos, sobretudo do bloco que compõe o centrão e de parte do setor produtivo para recriar o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior.
Outro alvo é a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, comandada por Bruno Bianco, também ligada ao Ministério da Economia.
O argumento é que a Secretaria de Previdência e Trabalho tem vida própria, depois das mudanças nas regras da aposentadoria. Um dos objetivos de anexar a área ao Ministério da Economia era unificar o discurso e a articulação política em torno da reforma da Previdência, aprovada pelo Congresso em novembro de 2019.
Guedes costuma dizer que a fusão dos ministérios é importante para acelerar processos e facilitar as reformas, mas ele enfrenta críticas dentro do próprio governo de que não entrega resultados.
O Ministério da Economia foi montado para ser uma “máquina de reformas”, com mudanças na área fiscal, Previdenciária, trabalhista, privatizações, desburocratização, tributária e abertura econômica.
Segundo integrantes da equipe econômica, a junção dos ministérios permitiu reduzir despesas em R$ 5 bilhões. Contudo, nenhuma mudança deverá ocorrer antes do resultado das eleições municipais em novembro. As informações são do jornal O Globo e da agência de notícias Reuters.