Terça-feira, 21 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de fevereiro de 2020
A presença de Paulo Guedes no encontro dos governadores foi articulada por Ronaldo Caiado (DEM-GO) diretamente com Onyx Lorenzoni (Casa Civil). O mercurial ministro da Economia chegou à reunião tendo como cartão de visita uma mensagem de paz: “Vamos trabalhar juntos”. Guedes assumiu o papel de bombeiro.
“É falso esse confronto entre a Federação e o governo federal porque nosso diagnóstico é de descentralização do discurso político e de recursos, desde a campanha”, afirmou aos governadores, que gostaram do tom.
Sobre a trombada de Jair Bolsonaro com os governadores no caso do ICMS, Guedes afirmou: “Acho que o ponto do presidente é: ‘Olha, está grave o (preço do) combustível e isso dificulta a industrialização, o setor produtivo’. E a nossa resposta é dizer que vamos trabalhar juntos”.
O encontro foi marcado, contudo, por um embate entre Guedes e Ibaneis Rocha (MDB-DF). Coordenador do fórum, ele chamou o presidente de “irresponsável”, por sua provocação de desafiar os governadores a zerar o ICMS.
“O senhor é testemunha da boa vontade do presidente”, rebateu Guedes, lembrando da ida de Ibaneis ao Planalto para pedir aumento aos policiais do DF. Demanda atendida.
“Não tenho do que reclamar”, se apressou Ibaneis, se desculpando depois pela expressão. Mas lembrou que os governadores estavam sendo “espancados” há 15 dias por causa da fala de Bolsonaro.
Também no encontro, Guedes aproveitou para explicar a sua própria declaração desastrosa, em que chamou servidores de “parasitas”. Disse que vem de longa linhagem de funcionários públicos.
Dólar alto
O ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou nesta quarta-feira (12), que uma taxa de câmbio mais alta é “boa para todo mundo”. Ele afirmou que, com o dólar mais baixo, “todo mundo” estava indo para a Disney, nos Estados Unidos, inclusive “empregada doméstica”.
“Todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia, uma festa danada”. Além disso, Guedes incentivou os brasileiros a viajarem de férias mais dentro do País. “Vai para a Amazônia, para Foz do Iguaçu”, afirmou.
Guedes mais uma vez citou a mudança de mix entre câmbio e juros no País. “É melhor termos juros a 4% e câmbio a R$ 4,00, do que câmbio a R$ 1,80 e juros de 14%, nas alturas”, repetiu. “O câmbio não está nervoso, mudou para R$ 4,00. O modelo não é juro na lua e câmbio baixo, desindustrializando o Brasil”, acrescentou.
Segundo o ministro, depois de devolver R$ 126 bilhões no ano passado ao Tesouro, o BNDES vai devolver bastante dinheiro à União também neste ano. Guedes não citou quanto o banco de fomento pagará antecipadamente ao Tesouro em 2020.