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Brasil O ministro da Economia, Paulo Guedes aguarda o pedido de demissão de secretário da Fazenda após crise do Renda Brasil

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Secretário especial da Fazenda, na foto, recebeu ameaça de "cartão vermelho" de Bolsonaro. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, aguarda um pedido de demissão do secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, que desagradou o presidente Jair Bolsonaro ao defender publicamente o congelamento de aposentadorias e pensões para financiar o Renda Brasil. Segundo fontes, a equipe econômica estaria tentando construir uma saída honrosa para Waldery, como um cargo em organismo internacional, por exemplo. Guedes não costuma demitir seus auxiliares. Mas a avaliação interna é que o ministro não insistiria na permanência do secretário, em caso de pedido de demissão.

Enquanto a situação do assessor de Guedes parece insustentável, o relator do Orçamento, senador Marcio Bittar (MDB-AC), disse nesta quarta-feira (16) que recebeu autorização do presidente Jair Bolsonaro para avançar na criação de um novo programa social, mesmo após o veto no governo a estudos sobre o Renda Brasil.

“Tomei café da manhã com o presidente da República e fui solicitar ao presidente se ele me autorizava a colocar dentro do Orçamento a criação de um programa social que possa atender milhões de brasileiros que foram identificados ao longo da pandemia e estavam fora de qualquer programa social. O presidente me autorizou”, disse o senador.

No domingo (13), em entrevista ao portal G1, Rodrigues defendeu a desindexação por dois anos de benefícios previdenciários: ou seja, os valores não seriam reajustados nem pela inflação.

Com a economia, seria possível destinar mais recursos do Orçamento do ano que vem para o novo programa social, desenhado para substituir ao mesmo tempo o Bolsa Família e o auxílio emergencial.

A declaração repercutiu mal dentro do governo. Na terça (15), Bolsonaro gravou um vídeo desautorizando a equipe econômica a seguir com o plano, disse que o autor da ideia merecia um “cartão vermelho” e suspendeu as discussões sobre o Renda Brasil.

Waldery Rodrigues faz parte da equipe econômica desde o início do governo.

O cargo que hoje ocupa é semelhante ao de ministro da Fazenda, antes da criação do superministério da Economia comandado por Guedes, criado no governo Bolsonaro.

O secretário é considerado bom formulador, mas centralizador e pouco efetivo, tendo feito inimizades dentro do próprio Ministério da Economia até de parte de servidores considerados de perfil liberal.

Ele também passou a colecionar inimigos na ala política do governo, que defende aumento de gastos e até no Congresso.

O último entrevero diz respeito ao projeto de lei (PLN) que libera R$ 6,3 bilhões para serem repartidos entre os Ministérios do Desenvolvimento Regional e o de Infraestrutura.

Do total, R$ 3,3 bilhões seriam destinados a parlamentares e o restante dividido entre as duas pastas.

Waldery está com o projeto parado na gaveta há pelo menos duas semanas e isso estaria gerando problemas com a base do governo no Congresso, de acordo com integrantes do governo.

Também há risco de paralisação de obras, algo que o presidente Jair Bolsonaro quer evitar, sobretudo no Nordeste. O atraso na liberação dos recursos pode suspender a operação de carro-pipa em municípios nordestinos.

Outras demissões

Caso a saída se confirme, será a terceira demissão de um auxiliar de Guedes causada por desentendimentos com o presidente.

No início do ano passado, Joaquim Levy foi demitido do comando do BNDES por não avançar na busca pela chamada “caixa preta” do banco estatal.

Em setembro, Marcos Cintra deixou a chefia da Receita Federal após defender em público a adoção de um imposto sobre pagamentos, semelhante à CPMF.

A demora no encaminhamento de reformas também já levou a baixas no time de Guedes.

Em julho, os secretários Paulo Uebel (Desburocratização e Gestão) e Salim Mattar (Desestatização) deixaram o governo por estarem insatisfeitos com resistências do governo em avançar em projetos das suas respectivas áreas.

Na ocasião, Guedes classificou o episódio como uma debandada na equipe econômica. Antes, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, já tinha deixado o grupo, mas essa baixa já era esperada desde o ano passado.

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