Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de janeiro de 2021
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou no domingo (17) que iniciará a distribuição de doses de vacina contra Covid-19 nesta segunda-feira a partir das 7h, com ajuda das Forças Armadas, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial de dois imunizantes. Segundo ele, a campanha de vacinação no país começará na quarta-feira (20).
As aplicações começarão com a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac. O Ministério da Saúde pediu à instituição, ligada ao governo de São Paulo, o envio de cerca de 6 milhões de doses a Brasília, para que o produto seja distribuído aos governos locais.
O outro imunizante aprovado para uso emergencial pela Anvisa, a vacina de Oxford, não está ainda disponível no país. O governo federal chegou a anunciar que 2 milhões de doses seriam trazidas da Índia, mas o plano atrasou. Pazuello afirmou que espera que o lote chegue ao país ainda no início desta semana.
Segundo o ministro, as doses serão distribuídas aos estados que, por sua vez, enviarão as vacinas aos municípios. O ministro afirmou que serão as prefeituras as responsáveis por executar o plano de imunização no país.
“Os verdadeiros executantes são os municípios. Aí, feita essa distribuição para os estados na segunda, ainda segunda os estados iniciam o plano de distribuição para os municípios, que avaliamos de segunda a terça. Então planejamos para quarta-feira (20) pela manhã o início do plano nacional de imunização ao mesmo tempo em todos os estados em pontos focais definidos por cada estado”, disse Pazuello, em coletiva de imprensa.
Questionado sobre o andamento da negociação sobre a vacina de Oxford, Pazuello informou que é “muito provável” que a entrega do produto ocorra no começo da semana. “É muito provável que a gente consiga coordenar a entrega para o começo da semana. Estamos nas negociações diplomáticas para entrega. Todas medidas que cabiam ao governo federal foram executadas”, afirmou.
Distribuição a estados
De acordo com o ministro, as doses serão distribuídas de forma proporcional aos estados e de forma simultânea.
“Todas as doses recebidas serão distribuídas de forma proporcional ao estado e simultaneamente. Qualquer movimento fora dessa linha está em desacordo com a lei. Está em desacordo com a lei. Está em desacordo com a lei. Ponto. Eu não sou representante da lei. Qualquer movimento disso está em desacordo com a lei”, afirmou.
Na tarde do domingo (17), cerca de dez minutos após o fim da sessão da Anvisa na qual o uso emergencial das duas vacinas foi aprovado, o governador de São Paulo, João Doria, participou de um evento no qual a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, recebeu a primeira dose simbólica do produto.
Para a pneumologista Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fiocruz, a aplicação da dose na enfermeira em São Paulo não é irregular, porque Mônica é uma das voluntárias da fase 3 (ensaios clínicos com voluntários) que receberam placebo, ou seja, uma substância inativa. Pessoas desse grupo são prioridade, explicou a especialista.
Pazuello disse que são necessários pouco mais de 40 dias para se atingir o objetivo da imunização com a CoronaVac. Assim, ele fez um apelo:
“Não podemos em hipótese alguma relaxar as medidas preventivas: uso de máscaras, álcool em gel na mão, distanciamento social, [evitar] aglomerações, e todas as medidas que a gente conhece. As empresas e estabelecimentos que têm autorização para trabalhar, e devem trabalhar, porque a economia não deve parar, têm que estar com suas medidas de trabalho e de cuidado muito claras”.