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Colunistas O momento eleitoral

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Do modo como as cartas estão dispostas, o jogo parece favorecer Lula. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Não sei se em outros países a campanha eleitoral começa tão cedo. Mas no Brasil desde agora, um ano antes da eleição, boa parte dos jornalistas políticos se ocupa obsessivamente de prever o futuro de outubro de 2026: quem vai chegar lá inteiro? Que projeções se pode fazer?

Eu diria que é uma perda de tempo e de espaço precioso abordar o assunto agora, com tanta água para rolar ainda. Mas, talvez por falta de melhor alternativa, cedo à tentação e faço minhas apostas. O jornalismo político é muito isso; a tentativa de revelar o que passa nesse mundo conturbado, imprevisível da política.

Do modo como as cartas estão dispostas, o jogo parece favorecer Lula. Em poucos meses reverteu um quadro que parecia se agravar. Nada do que ele ou o seu governo faziam dava certo e não foram poucos os que – por erro de avaliação ou para manifestar vontade e desejo – davam como definitivo de que ele era carta fora do baralho.

Mas Lula demonstrou que tem o que se chama hoje em dia de resiliência. – a capacidade de reagir e de superar as situações difíceis, de remover as pedras no caminho.

Contou com a ajuda preciosa dos adversários e de um personagem impensável: Trump. O presidente americano, em certo momento, resolveu investir da forma mais rude e traiçoeira contra os nossos interesses mais legítimos, subsidiado pela direita brasileira, Eduardo Bolsonaro à frente, direto dos EUA.

E quem se insurgiu contra a insolência americana e o primarismo tupiniquim?? Ele, Lula, com senso de oportunidade e com certa largueza de espírito, com a calma dos justos, mudou o quadro. Não caiu nas armadilhas e travou diálogos de igual para igual com Trump. Parece que encantou o bufão, convencendo-o de que ele – Lula não era o senhor das trevas descrito pelo bolsonarismo em prosa e verso e tempo integral.

O momento mostra uma direita desarvorada, com uma reação modesta a partir do massacre do Rio: uma larga parcela dos brasileiros não compreende que a violência do Estado precisa ser comedida, ficar no limite da lei, não descambar para a selvageria. E aplaudiu de pé a ação desmedida, nefanda da polícia do Rio, tragédia que se repete de tempos em tempos.

Sempre me pergunto se a direita brasileira é só isso, feita de delegados de polícia, sargentos, coronéis da bancada federal de voz estridente e cabeça vazia de ideias, fora a de endurecer o tratamento com a bandidagem. Ou daquelas deputadas catarinenses que adoram se exibir cheias de armas nas mãos e na cintura ou ornamentando o ambiente.

Quem será o candidato da direita, agora revigorada, agora indiscutível força eleitoral? Pode ser um governador ( Ratinho, Tarcísio ) ou um Bolsonaro – Flávio, Michelle.

Lula assiste feliz, da arquibancada, os bate-bocas da turma. O fato é que estão divididos. O fato é que para os Bolsonaros só eles existem, se julgam os donos do eleitorado e do campinho.

Haverá lugar para uma terceira candidatura, não populista, democrática, que exponha com calma e lhaneza um plano para o país, que acene para a paz e a unidade nacional, equidistante das polos belicosos da política brasileira? Só o tempo dirá. Mas que seria bom, ah, isso seria. (Por Tito Guarniere – titoguarniere@terra.com.br)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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