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Geral O muro na fronteira com o México: entenda o que já existe de barreira e o que Donald Trump planeja nos Estados Unidos

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Centro-americanos observam exposição de artista Robenz em cerca na fronteira entre México e EUA, em Tijuana. (Foto: Reprodução)

O presidente Donald Trump falou em rede nacional para tentar obter apoio popular à sua proposta de construção de um muro na fronteira com o México que custaria US$ 5,7 bilhões. A fronteira já é parcialmente murada, e os democratas se recusam a incluir a previsão da verba pedida por Trump no Orçamento de 2019. Sem acordo sobre o Orçamento, o governo federal americano vive há três semanas uma paralisação parcial que afeta 800 mil funcionários e serviços sociais. Trump trata a chegada de imigrantes sem documentos pela fronteira sul como uma questão de segurança nacional, mas os números contrariam sua abordagem. O muro foi uma das principais propostas de sua campanha eleitoral em 2016.

A fronteira terrestre entre México e Estados Unidos tem no total 3,2 quilômetros. Antes de Trump chegar ao poder, já havia barreiras de diferentes tipos em pouco mais de mil quilômetros da fronteira. Com o republicano na Casa Branca, algumas barreiras já existentes foram trocadas. A expectativa é de que a primeira extensão de barreiras sob Trump comece em fevereiro, por 22 km da divisa.

Em diferentes ocasiões, o presidente declarou que em seu governo os Estados Unidos construíram novos bloqueios na fronteira com o México. Na última sexta-feira, por exemplo, ele destacou que o governo havia levantado “um novo muro em San Diego”, que faz fronteira com Tijuana. Embora estivesse em curso a substituição de barreiras instaladas no passado no sul da Califórnia, a Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) não anunciou qualquer extensão das atuais cercas no local.

O Congresso dos EUA aprovou a renovação de 199 km de barreiras fronteiriças, com adoção do design previamente instalado, de acordo com o Departamento de Segurança Interna. Destes, 64 km tiveram as obras de substituição concluídas ou ao menos iniciadas. As autoridades americanas pretendem trocar o material de outros 98 km já aprovados em 2018.

O presidente Trump destacou que pretendia construir um muro de 1,6 mil quilômetros, de concreto ou aço, e encomendou oito protótipos. Nenhuma barreira de divisa calcada nesses modelos de teste foi levantada e nem mesmo financiada pelo Congresso.

Segundo o New York Times, a autorização do Congresso que financiou recentemente a construção de novas barreiras determina que só podem ser usados modelos já existentes, como a cerca de ripas. Nesse sentido, não houve alocação de recursos para qualquer construção dos protótipos defendidos por Trump.

As barreiras já construídas na fronteira americana sul têm como material mais usado as ripas de aço. Em geral, as estacas têm entre cinco e nove metros de altura. Em dezembro, Trump defendeu a construção de novas barreiras de aço, mas sugeriu a adoção de concreto em outras partes do muro.

Diante do impasse orçamentário, o presidente indicou desistir do concreto como forma de ceder aos democratas e negociar uma solução para o financiamento do muro. Os democratas, que rejeitam o valor solicitado de US$ 5,7 bilhões, oferecem ao republicano US$ 1,3 bilhão — não para a construção do muro, mas para reforço na vigilância e em cercas fortificadas.

Imigração irregular vem caindo desde 2000

No seu pronunciamento, Trump falou em “emergência humanitária” na fronteira, mas a verdade é que o fluxo de imigrantes hoje é menor do que o que existia na primeira década deste século.

Não há dados sobre o total de imigrantes que cruzam a fronteira sul americana sem documentos, mas o número de detidos é um bom indicador do volume do fluxo. Em 2017, primeiro ano do governo Trump, a quantidade de estrangeiros detidos na fronteira caiu radicalmente, mas voltou a subir em 2018. Foram 303.916 apreendidos em 2017; em 2018, 396.579, segundo dados da Agência de Alfândega e Proteção da Fronteira dos EUA. O total de 2018, no entanto, representa apenas um quarto das apreensões registradas na fronteira sul em 2000 e um terço das ocorridas em 2004.

Em 2017 e 2018, as forças de segurança da fronteira prenderam 210 mil estrangeiros com condenações criminais passadas — nem todas ligadas a violência. O jornal New York Times aponta que os delitos mais comuns são violações de trânsito, posse e venda de drogas e imigração indocumentada.

Uma pesquisa do Pew Research Center estimou, em novembro, que os EUA abrigavam 10,7 milhões de imigrantes irregulares em 2016 — o nível mais baixo desde 2004. Calcado em dados do Censo dos Estados Unidos sobre estrangeiros e outras cifras demográficas — como índice de mortalidade e admissões legais nas fronteiras — o estudo mostra que o número de imigrantes sem documentos atingiu seu máximo em 2007, com 12,2 milhões. Desde então, decresceu, um fenômeno explicado em parte, segundo os pesquisadores, pela recessão econômica americana a partir de 2008 e a limitação de oportunidades de trabalho no país.

 

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