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Mundo O papa comparou a pedofilia ao sacrifício de seres humanos

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O pontífice disse ainda que o abusador "é um instrumento de satanás". (Foto: Reprodução)

O papa Francisco comparou neste domingo (24) a “praga” dos abusos sexuais de menores de idade com as práticas religiosas do passado que ofereciam seres humanos em sacrifícios. A declaração foi dada no discurso de encerramento de uma reunião sobre a pedofilia no Vaticano.

“Me traz à mente a cruel prática religiosa, difundida no passado em algumas culturas, de oferecer seres humanos – frequentemente crianças – como sacrifício nos rituais pagãos”, disse o papa, depois de reiterar que a Igreja se compromete a combater este fenômeno com “a máxima seriedade”.

“Gostaria de reafirmar com clareza: se na Igreja for descoberto um só caso de abuso – que em si mesmo já representa uma monstruosidade -, este caso será enfrentado com a máxima seriedade”, completou em um longo discurso para os líderes das 114 conferências episcopais de todo o mundo, secretários de congregações, bispos e cardeais reunidos na Sala Regia do Vaticano.

O pontífice disse que o abusador “é um instrumento de Satanás”, antes de recordar que a Igreja está diante de uma manifestação do mal “descarada, destrutiva e agressiva”.

Em seu discurso, Francisco citou as estatísticas a nível mundial e garantiu que a Igreja se compromete a aplicar as estratégias das organizações internacionais, incluindo a ONU e a Organização Mundial da Saúde, para erradicar a pedofilia.

“Não se pode, portanto, compreender o fenômeno dos abusos sexuais contra menores sem levar em consideração o poder, p quanto estes abusos são sempre a consequência do abuso de poder, aproveitando uma posição de inferioridade do indefeso abusado”, afirmou.

“O abuso de poder está presente em outras formas de abuso dos quais são vítimas quase 85 milhões de crianças, esquecidas por todos: os meninos soldados, os menores prostituídos, as crianças desnutridas, as crianças sequestradas e frequentemente vítimas do monstruoso comércio de órgãos humanos, ou também transformados em escravos, as crianças vítimas da guerra, os menores refugiados, as crianças abortadas e assim sucessivamente”, disse o pontífice.

“Diante de tanta crueldade, diante de todo este sacrifício idolátrico de crianças ao deus do poder, do dinheiro, do orgulho, da soberba, não bastam meras explicações empíricas, estas não são capazes de nos fazer compreender a amplitude e a profundidade do drama”, admitiu.

“Feminismo de saias”

O papa Francisco rejeitou na sexta-feira (22) que convidar uma mulher a falar na Igreja Católica seja um “tipo de feminismo eclesiástico”. Isso porque, disse o pontífice, “no fim, todo feminismo se torna um machismo de saias”.

Francisco se referia ao discurso proferido na sexta-feira pela professora de direito canônico Linda Ghisoni. Ela participou do segundo dia de debates do encontro “A proteção de menores na Igreja”, destinado a discutir o problema da pedofilia na instituição. Foi a primeira vez, segundo o site Vatican News, que uma mulher se apresentou durante as Assembleias Gerais.

“Convidar uma mulher a falar sobre as feridas da Igreja é convidar a Igreja a falar sobre ela mesma, sobre as feridas que ela tem”, acrescentou o Papa Francisco.

Linda Ghisoni, hoje subsecretária de uma seção do Vaticano, afirma ter sido vítima de abuso de um clérigo no passado. Ela cobrou que o assunto seja tratado pelas autoridades da Igreja.

“Como podemos falar de proteção de menores na Igreja, sem considerar as vítimas e suas famílias, sem falar dos abusadores, dos cúmplices, dos negacionistas, dos acusados injustamente, dos negligentes, dos que desviaram os casos, dos que tentaram falar e agir mas foram calados?”, disse Ghisoni.

Francisco agradeceu Ghisoni pelo testemunho e lembrou que “a mulher é a imagem da Igreja que é mulher, noiva e mãe”. “Sem esse estilo, nós falaríamos do Povo de Deus como uma organização, talvez uma união comercial, mas não como uma família nascida da mãe Igreja”, discursou.

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