Mundo O Pentágono recebeu pacotes que teriam substância tóxica contida na mamona e que pode ser letal mesmo em pequenas quantidades
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2018
O Pentágono informou nesta terça-feira (2) que recebeu correspondências possivelmente contaminadas com ricina, uma poderosa toxina de origem vegetal, incluindo um envelope que uma fonte no governo americano disse ter sido encaminhado ao secretário de Defesa, Jim Mattis.
O Pentágono disse em um comunicado que colocou suas instalações de correspondência em estado de quarentena e que o FBI (a polícia federal norte-americana) está analisando os envelopes.
Falando sob a condição de anonimato, autoridades contaram que exames preliminares feitos nos envelopes deram resultado positivo para ricina depois de serem detectados pela polícia do Pentágono em uma unidade de triagem de correspondência na segunda-feira (1º). A instalação se localiza no complexo do Pentágono, mas não no edifício principal.
A ricina é encontrada naturalmente na mamona, mas é preciso uma ação deliberada para transformá-la em uma arma biológica. Ela pode causar a morte entre 36 e 72 horas após a exposição a uma quantidade equivalente à cabeça de um alfinete, e não se conhece nenhum antídoto.
Edifícios do governo dos EUA recebem esporadicamente pacotes possivelmente contaminados com ricina — em 2013 cartas com a toxina foram endereçadas a um senador, à Casa Branca e a uma autoridade judicial do Mississippi.
Pouco depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington, cartas com esporos de antraz, outra substância letal, foram enviadas aos escritórios de dois senadores de Washington e a veículos da mídia em Nova York e Flórida.
Armas russas
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, falando no Instituto Militar da Virgínia, qualificou as armas nucleares russas de principal ameaça exterior para os EUA.
“Penso que, ao se falar das ameaças do exterior, a primeira a que se deve prestar atenção é a ameaça por parte da Rússia, em grau menor — a China e, possivelmente, a Coreia do Norte”, disse ele, citado pelo portal do Ministério da Defesa norte-americano.
Segundo o secretário, a Coreia do Norte é o problema mais urgente para o país, a Rússia é o desafio mais difícil no plano militar e a China é uma “ameaça política” de longo prazo.
Anteriormente o Pentágono divulgou a nova doutrina militar dos EUA em que grande atenção é prestada ao desenvolvimento das forças nucleares russas. O documento indica que Washington continuará investindo em elaboração de armamento nuclear de baixa potência e modernização dos elementos da “tríade nuclear” (mísseis balísticos intercontinentais terrestres, bombardeiros estratégicos e mísseis balísticos lançados por submarinos).
A Secretaria da Defesa dos EUA sublinhou que não tem intenção de reduzir as suas armas nucleares e que o objetivo principal do exército continua sendo a contenção de ataques estratégicos nucleares e não nucleares.
Moscou expressou preocupação com a nova doutrina militar dos EUA, particularmente com o aumento do papel das armas nucleares. A Rússia também continua elaborando armamento estratégico de alta precisão, mas o presidente russo sublinha que Moscou não ameaça e não planeja atacar ninguém.
