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Por Redação O Sul | 8 de janeiro de 2019
O ministro das Relações Exteriores do Peru, Nestor Popolizio, anunciou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, integrantes do governo e suas famílias estarão proibidos de entrar em território peruano.
A decisão ocorre às vésperas de Maduro assumir o terceiro mandato presidencial, cuja reeleição não é reconhecida pelo Peru e mais 14 países da região, inclusive o Brasil.
A medida, segundo o chanceler, faz parte dos acordos adotados pelos países membros do Grupo Lima, do qual participa o Brasil, como forma de exercer pressão internacional para condenar a crise democrática e humanitária na Venezuela.
“O [governo do] Peru vai enviar uma comunicação para o superintendente de imigração com uma lista de todos os nomes ligados ao regime Maduro, incluindo membros da família, informando que não podem entrar no país”, disse Nestor Popolizio.
O chanceler lembrou que, no caso da Venezuela, não é necessário um visto para entrar no território peruano, mas o governo peruano tem a prerrogativa de impor restrições de natureza migratória. “O que queremos é exercer pressão direta sobre o regime de Maduro, sobre o governo principal para permitir que eles voltem à democracia”, disse o ministro.
Acrescentou esse tipo de medida gera o isolamento do governo de Maduro, “cujas decisões antidemocráticas causaram uma crise interna naquele país”. Popolizio observou que o Grupo Lima não reconhece o novo mandato presidencial de Maduro, que começará em 10 de janeiro, e confirmou que o Peru não comparecerá à cerimônia de posse.
Parlamento
O Parlamento venezuelano, controlado pela oposição, declarou no sábado (05) que o novo mandato de Nicolás Maduro é ilegítimo. O novo governo terá início na próxima quinta-feira (10). Segundo o Parlamento, a partir deste dia a presidência será usurpada.
“Reafirmamos a ilegitimidade de Nicolás Maduro. A partir de 10 de janeiro, estará usurpando a Presidência e, consequentemente, esta Assembleia Nacional é a única representação legítima do povo”, disse o novo presidente do Legislativo, Juan Guaidó, após tomar posse do cargo.
A decisão do Parlamento de não reconhecer Maduro não terá efeito, porque suas decisões são derrubadas pelo Supremo Tribunal, alinhado ao oficialismo. Denunciando uma “fraude” para perpetuar o governante socialista na Venezuela, os principais partidos da oposição boicotaram as eleições, embora suas principais figuras já estivessem inabilitadas ou presas.
Na sexta-feira (04), o Grupo de Lima, apoiado pelos Estados Unidos, pediu ao presidente que não tome posse e ceda poder ao Legislativo até que eleições livres sejam realizadas. Os países que integram o grupo, no entanto, decidiram não cortar relações diplomáticas com a Venezuela e, sim, reavaliar o nível dessas relações. De acordo com a legislação de cada país, a orientação é impedir a entrada de altos funcionários do governo venezuelano e aplicar sanções financeiras contra eles.