Segunda-feira, 03 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de abril de 2020
O Itaú projeta que a queda do PIB (Produto Interno Bruto) pode chegar a 6,4% em 2020. O tamanho da retração, no entanto, dependerá da duração do isolamento social e da recuperação da atividade econômica no terceiro trimestre.
O recuo de 6,4% considera o pior cenário-base, no qual a quarentena dura até 26 de maio e a recuperação do terceiro trimestre se limita a 25% de crescimento.
Mesmo no melhor cenário-base do banco, no qual a quarentena dure até 14 de abril e o terceiro trimestre tenha uma recuperação de 100%, a projeção do banco é de uma queda de 0,5% no PIB de 2020.
“O intervalo de projeções é muito amplo e isso mostra o momento de grande incerteza que vivemos”, afirmou em transmissão ao vivo nesta segunda-feira (6).
De acordo com Mesquita, o distanciamento social tem dificultado na assertividade dos índices de atividade econômica e, portanto, o banco se utiliza de um indicador próprio de atividade diária, construído a partir de informações públicas e proprietárias para acompanhar o gasto no consumo de bens e serviço.
“Nosso indicador mostra um mergulho pronunciado a partir de meados de março e, agora, aponta uma atividade econômica 35% menor do que o observado antes da crise. Acreditamos que esse indicador pode apresentar uma nova queda até que comecemos a ter uma nova normalização, com relaxamento do isolamento social”, disse o economista-chefe.
Para ele, ainda é difícil prever quando esse momento vai acontecer, uma vez que depende da evolução da própria doença e da ação das autoridades de saúde e de Estado.
Para o primeiro semestre, também a depender da duração do isolamento social, o recuo do PIB pode variar de -7,5% no melhor cenário-base até uma queda de 13,5%, no pior cenário-base.
O presidente do Itaú, Candido Bracher, afirmou que houve crescimento de 50% na utilização dos canais digitais do banco. Pelo menos 40 mil colaboradores estão trabalhando remotamente e o Itaú, em parceria com o Bradesco e o Santander, comprou 5 milhões de testes rápidos para detecção do vírus, além de comprarem 15 milhões de máscaras.
“Ninguém estava preparado para uma crise como essa”, afirmou Bracher.
O Itaú se comprometeu a não fazer demissões no período de crise e não tem planos de fechar agências, no curto prazo, por conta da redução do atendimento presencial. Mas passado esse período, a maior utilização dos canais digitais certamente vai fazer com que clientes deixem de usar as agências e comecem a se acostumar com os canais remotos, disse Marcio Schettini, diretor geral de varejo.
“Mas isso é uma percepção momentânea e, por ora, não temos planos de fechar agências”, disse.