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Por Redação O Sul | 23 de dezembro de 2018
O mercado de ações dos Estados Unidos enfrenta o seu pior mês de dezembro desde pelo menos a década de 1930 e, até o momento, o movimento de venda de ações (sell-off) já fez evaporar US$ 3,55 trilhões em valor de mercado das empresas americanas.
Essa destruição de riqueza já é maior que a verificada em outubro de 2008, logo após o estouro da crise financeira global. De acordo com os dados disponíveis, a queda no valor do mercado acionário americano no atual mês é a mais intensa em pelo menos 20 anos.
O número de US$ 3,55 trilhões é calculado com base no índice Wilshire 5000 Total Market Full Cap, uma espécie de S&P 500 que inclui dez vezes mais companhias e, por isso, é visto como um indicativo mais amplo do mercado acionário dos EUA.
Cada ponto do índice equivale a cerca de US$ 1,15 bilhão. Em dezembro, o Wilshire 5000 já caiu 3.090,00 pontos (-10,86% em relação ao fim de novembro), o equivalente a uma perda de valor de US$ 3,554 trilhões.
A título de comparação, a queda do valor de mercado das empresas americanas em dezembro é menor apenas que o PIB de quatro países: EUA (US$ 20,51 trilhões), China (US$ 13,46 trilhões), Japão (US$ 5,07 trilhões) e Alemanha (US$ 4,03 trilhões). As economias de potências como Reino Unido, França e Itália ficam atrás.
Em dezembro, o S&P 500, medida do mercado acionário americano mais acompanhada por analistas, cai 10,19%, a caminho do pior mês desde fevereiro de 2009 (-10,99%), quando os EUA ainda estavam em recessão econômica.
O mau humor do mercado neste mês se deve a uma confluência de fatores, entre os quais renovadas tensões comerciais, aumento de receio sobre desaceleração econômica e expectativa de continuidade de aperto das condições financeiras nos EUA.